Por Carlos Eduardo de Souza.
Desde a chegada do PT na presidência da República que a grande imprensa faz uma guerra sistemática ao seu governo.
Não é de hoje que no Brasil, os grandes veículos de comunicação cumprem a tarefa de execrar qualquer governo que queira planejar o país para se tornar uma nação desenvolvida.
Lembremo-nos do que foi capaz a aliança civil-militar com os grandes veículos de comunicação no Brasil no golpe de 1964. E da guerra travada contra presidentes que levantaram a bandeira do desenvolvimento e planejamento, casos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek.
A intenção desses veículos de comunicação é obvia: as grandes corporações, sejam midiáticas, financeiras ou empresariais, nacionais e internacionais, utilizam-se de seus meios de comunicação privados para manter e conservar o status quo, no qual eles são os maiores beneficiários. Fazem a guerra cotidiana para que governos lhes tenham como preferência no destino da arrecadação dos impostos recolhidos universalmente, em tempos de crise econômica, por exemplo, nos fazem crer que o melhor destino dos recursos de um povo seja os bancos privados causadores da própria crise, fazem guerra para que sejam eles os menores pagadores de impostos (sem contar a sonegação), criam uma realidade onde a crítica ao atual sistema que coloca a margem de garantias fundamentais bilhões de seres humanos em nome dos seus privilégios pareça uma loucura.
Na história recente do Brasil, esse conjunto de atores que personificam a lógica descrita no parágrafo acima, foram derrotados em quatro eleições seguidas.
Longe das benesses do Estado e para manter seus privilégios, a elite tradicional brasileira, incluindo os meios de comunicação que estão agonizando, querem a todo custo voltar a ter o poder integral.
Por outro lado, no Brasil recente houve muitas conquistas sociais, números jamais sonhados aconteceram e foram garantidos por um projeto de desenvolvimento criado a partir de um conjunto de forças progressistas que levaram Lula a presidência.
A última derrota para Presidência da República fez com que parte da elite nacional e a mídia tradicional aumentassem os ataques em um tom de baixo nível jamais visto.
A imprensa desses setores, sem dúvida conservadores, trabalha diuturnamente com a manipulação da informação para atingir seus objetivos.
A receita é simples e foi inaugurada por Joseph Goebbels, político alemão e Ministro da Propaganda do Reich na Alemanha Nazista, portanto, ministro de Hitler, que criou um método de manipulação de informação, uma arma tão violenta quanto rápida.
Lembremos que em pouquíssimo tempo, o plano de Goebbels alcançou seus objetivos, o mal humano foi liberado, uma Guerra Mundial foi deflagrada e que resultou na perda de milhões de vidas.
O método é algo fácil de decifrar. Tanto que é possível destacar 11 princípios que induzem um povo ao ódio irracional, cada vez mais motivado a tentar aniquilar um grupo social ou quem pensa diferente.
Após quatro derrotas eleitorais para um partido que enfrentou a ideia da subserviência, os que têm a ilusão de pensar e falar pelo povo deixaram de lado qualquer referência e respeito aos limites constitucionais que determinam a conduta cidadã e passam a atuar à margem da lei, camuflados de profissionais da comunicação.
Em Santa Catarina, após anos de quase monopólio, uma única empresa do setor de comunicação se coloca à frente de uma campanha para desarticular o governo recém-eleito.
Vamos confirmar a prática dos 11 princípios:
1.- Princípio da simplificação e do inimigo único.
“Em programa do PT, Lula foi cínico ao falar como se nada houvesse contra o partido.”
Moacir Pereira
Simplifique não diversifique, escolha um inimigo por vez. Ignore o que os outros fazem concentre-se em um até acabar com ele.
2.- Princípio do contágio
“PT e seus aliados. Produziu e continuou criando propaganda enganosa para mascarar realidades escandalosas da maior roubalheira da história. Valeu-se de seus poderes e prestígio junto a Lula e Dilma para enriquecimento ilícito, espalhando no lulopetismo que aparelhou o Estado brasileiro as mais nocivas e criminosas práticas da administração pública.”
Moacir Pereira
Divulgue a capacidade de contágio que este inimigo tem. Colocar um antes perfeito e mostrar como o presente e o futuro estão sendo contaminados por este inimigo.
3.-Princípio da Transposição
“A praça Esteves Júnior, frequentada por jovens mães, estudantes e idosos, mostra a atual decadência do país. A qualquer hora do dia é possível observar jovens dormindo nos bancos, ou sob as árvores. A julgar pelas fisionomias saudáveis e boas indumentárias, chega-se à conclusão que são desempregados. Isso deve estar acontecendo de Norte a Sul. É o Efeito Dilma, marca registrada da incompetência política que está esculhambando o Brasil. “
Cacau Menezes
Transladar todos os males sociais a este inimigo.
4.- Princípio da Exageração e desfiguração
“Eles (lulopetismo) destruíram valores, inverteram princípios e tentaram liquidar as instituições”.
Moacir Pereira
Exagerar as más notícias até desfigurá-las, transformando um delito em mil delitos e criando assim um clima de profunda insegurança e temor. “O que nos acontecerá?”
5.- Princípio da Vulgarização
“A cara de pau de José Dirceu”
Transforma tudo numa coisa torpe e de má índole. As ações do inimigo são vulgares, ordinárias, fáceis de descobrir.
6.- Princípio da Orquestração
“Troca de ministro mostra interferência do PT na Lava-Jato”
Moacir Pereira
Fazer ressonar os boatos até se transformarem em notícias sendo estas replicadas pela “imprensa oficial’.
7.- Princípio da Renovação
Essa é fácil. É só ligar a TV e abrir os jornais todos os dias.
Sempre há que bombardear com novas notícias (sobre o inimigo escolhido) para que o receptor não tenha tempo de pensar, pois está sufocado por elas.
8.- Princípio do Verossímil
“Segundo o procurador Carlos Fernando, pegaram João Santana na ratoeira”
Moacir Pereira
Discutir a informação com diversas interpretações de especialistas, mas todas em contra do inimigo escolhido. O objetivo deste debate é que o receptor, não perceba que o assunto interpretado não é verdadeiro.
9.- Princípio do Silêncio
Cadê o caso de corrupção no Metrô de São Paulo? Operação Zelotes? O caso Mirian Dutra e FHC? O aeroporto construído com dinheiro público na residência de familiares de Aécio Neves? 450 quilos de cocaína pegos em flagrante no helicóptero dos amigos de Aécio? As contas de Eduardo Cunha na Suíça?
Ocultar toda a informação que não seja conveniente.
10.- Princípio da Transferência
Potencializar um fato presente com um fato passado. Sempre que se noticia um fato se acresce com um fato que tenha acontecido antes.
11.- Princípio de Unanimidade
“DESESPERANÇA
Durante audiência da presidente Dilma com lideranças empresariais de todo o Brasil, o presidente da Acif, Sander de Mira, falou sobre o momento crítico em que vive o país, destacando o clima de desesperança no setor produtivo e na população.”
Moacir Pereira
Busca convergência em assuntos de interesse geral, apoderando-se do sentimento produzido por estes e colocá-los em contra do inimigo escolhido.
Com todo o exposto, não resta dúvidas em afirmar: Goebbels está bem representado em nosso Estado.
*Carlos Eduardo de Souza é formado em História pela UDESC e Especialista em Gestão Estratégica de Políticas Públicas pela UNICAMP.
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Fonte: Blog do Cadu.
