Por Iram Alfaia.
O documento, que será protocolado nas comissões de Relações Exteriores e a de Segurança Pública, terá o conteúdo de convocação e, não de convite, por causa da gravidade do caso. “Isso é uma coisa estrondosa. É tráfico internacional e o presidente Bolsonaro e seus ministro precisam explicar”, justificou a deputada.
A mesma opinião tem a colega de bancada Jandira Feghali (RJ) para quem o governo é obrigado a explicar à sociedade e ao Congresso como que entrou no avião presidencial 39 quilos de cocaína?
“A gente se pergunta: como que 39 quilos de cocaína entram num avião da FAB? Avião precursor da comitiva do presidente da República numa viagem oficial (…) Essa é mais uma vergonha para o Brasil”, criticou.
O líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Daniel Almeida, diz que o escândalo é vergonhoso. “Depois de ser identificado no núcleo familiar relações com as milícias do Rio de janeiro, agora esse episódio trágico, vergonhoso, que faz um ataque a imagem da Presidência da República e da própria Força Aérea Brasileira”, diz.
Para a deputada Professora Marcivânia (AP), também da bancada comunista, essa é uma situação que o governo precisa explicar no parlamento. “Para esse governo que dizia que o professor tinha que fazer teste toxicológico: quero dizer que na universidade nunca foi apreendido 39 quilos de cocaína como foi apreendido no avião presidencial”, afirmou.
“É gravíssimo o caso da cocaína no avião da comitiva. Estou protocolando pedido de informações sobre o caso ao ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno”, avisou também o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA).
“Triste ironia. Logo hoje, Dia Internacional de Combate às Drogas, a polícia da Espanha prendeu um militar brasileiro que transportava 39 quilos de cocaína em um avião da FAB que dava apoio à comitiva presidencial. Lamentável”, reagiu o senador Paulo Paim (PT-RS).
O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) diz que o caso da cocaína no avião presidencial mostra o erro de se insistir na política de guerra às drogas nas favelas brasileiras, vitimando os pobres. “O tráfico de armas e drogas movimenta fortunas no mundo todo e envolve poderosos. É preciso seguir o dinheiro, ir pro andar de cima”, afirmou.