Futuro do mundo depende de Lula, diz a revista New Yorker

Ex-presidente Lula (PT), líder das pesquisas eleitorais para o Palácio do Planalto – Foto: Ricardo Stuckert

DCM.- O futuro do mundo depende de Lula, garante a revista norte-americana The New Yorker. Em artigo publicado nesta terça-feira (15), o jornalista Jon Lee Anderson abordou a expectativa de líderes mundiais em relação à capacidade do presidente eleito brasileiro de combater crimes ambientais na Amazônia e liderar a discussão sobre mudanças climáticas após o fracasso do governo Bolsonaro nessa área:

Ao tomar posse, em 1º de janeiro, Lula, que já cumpriu dois mandatos presidenciais consecutivos, de 2003 a 2010, voltará a ser o principal guardião da Floresta Amazônica – cerca de 60% dela está dentro das fronteiras do Brasil, e que, durante os quatro anos de mandato de Bolsonaro, foi submetido a altas taxas de mineração ilegal, queimadas e desmatamento. Assassinatos de defensores dos direitos indígenas e de ambientalistas também aumentaram. “O que faz as pessoas cometerem crimes é a expectativa de impunidade”, disse Marina Silva, uma renomada ambientalista brasileira que já foi ministra do Meio Ambiente de Lula e que deve integrar seu novo governo. (…)

Lula prometeu reverter a destruição e cumprir a promessa, assinada na cúpula da COP26 do ano passado, de alcançar o “desmatamento zero” até 2030. Sob Bolsonaro, que começou a remover sistematicamente os controles ambientais do Brasil, o desmatamento disparou em 73%. (…)

Perguntei a Lula sobre o caminho para o desmatamento zero e sugeri que sua responsabilidade era enorme. “As pessoas ao redor do mundo estão esperando que você não apenas salve a Amazônia, mas salve o mundo”, eu disse.

Ele acenou com a cabeça, depois disse: “Sim, eu sei, e isso me assusta, porque as pessoas estão muito otimistas em relação ao nosso governo. Falei com o presidente Biden e acabei de falar com Josep Borrell”. “As pessoas estão esperando que algo mude, e vai mudar. Quanto à questão da Amazônia, pretendo, no Egito, fazer um discurso para mostrar o que será a Amazônia daqui para frente. Não queremos transformar a Amazônia em um santuário para a humanidade. O que a gente quer é estudar, pesquisar a Amazônia. Nem deve ser um lugar onde você corta uma árvore sem motivo. Se você quer fazer uma madeireira, você deve ter uma política de arborização, plantar novas árvores, para depois poder cortar. Tem que haver um plano de substituição.”

Quero discutir isso com muita seriedade, primeiro porque temos que respeitar os milhões de brasileiros que vivem na região amazônica. Segundo, teremos que conversar com a Bolívia, com o Peru, com a Venezuela, com o Equador, com a Colômbia, que também são países amazônicos. E também temos que conversar com o Congo e a Indonésia, que são os outros grandes repositórios remanescentes de floresta tropical”, continuou. (…)

No final, o que Lula estava dizendo é que ele está de volta, e o Brasil também, e ele quer fazer a presença do Brasil ser sentida e sua voz ser ouvida mais uma vez no cenário mundial.

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