247 – Enquanto o governo Jair Bolsonaro culpa índios e ONGs pelas queimadas no País, a fumaça dos incêndios no Pantanal, bioma da região Centro-Oeste do Brasil, chegou a Santa Catarina. Em Joinville, por exemplo, Norte do estado, o pôr do sol ficou avermelhado. De 1º de janeiro a 20 de agosto de 2020, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 8.058 focos de queimadas no Pantanal, um aumento de 205% na comparação com o mesmo período de 2019.
Ao comentar a fumaça no município catarinense, o meteorologista Marcelo Martins, da Epagri/Ciram, quando o sol nasce ou se põe, ele está em um ângulo diferenciado e reflete o que estiver no seu caminho. “Se é um material que está em suspensão, ele literalmente pega nas fuligens e deixa o céu com a sensação de uma cor mais avermelhada”, afirmou. O relato foi publicado no site ND Mais.
“A gente não consegue perceber direito porque o céu está encoberto por uma frente fria que está passando por aqui. Esse material fica suspenso na atmosfera alta, a 5 mil metros de altitude e não chega, necessariamente, a ficar sobre a superfície como fica na região das queimadas”, disse.
Na Amazônia a situação também é preocupante. De acordo com o Inpe, o número de queimadas na região triplicou no comparativo com agosto do ano passado, ao passar de 10.421 em 2018 para 30.901 em 2019.
Em entrevista ao DCM, nesta terça-feira (15), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é um homem “descaracterizado de caráter”. O titular da pasta rebateu ao dizer que Lula é um “molusco, fica na sua”.
Mesmo com estatísticas apontando recordes de desmatamento, Bolsonaro culpa índios e ONGs por causa do problema. No dia 3 deste mês, por exemplo, ele disse que é preciso “matar esse câncer chamado ONG”. Em julho, disse que a Amazônia não pega fogo por ser úmida, e acusou índios de provocarem incêndios. “Pega fogo ali na periferia. E a maioria é o indígena, é o caboclo”, acrescentou.