Por primeira vez, Caxias do Sul tem uma Vereadora transexual ocupando o mandato na Câmara de Vereadores/as. “É uma responsabilidade muito grande, de representar o povo que não tem voz e que são assassinados e assassinadas todos os dias”, diz Cleo Araújo, que durante algumas sessões fará parte da Câmara municipal caxiense
Após passar por todo tipo de marginalidade e brutalidades que são impostas às pessoas trans, Cleo assume um mandato na legislatura. “Eu não estou aqui por mim. Estou aqui por todes nós”, diz ela.
Cleo é a fundadora de uma casa de acolhimento a pessoas LGBT em Caxias do Sul. Sem recursos do poder público, seu projeto pessoal hoje abriga, acolhe e se preocupa em “dar um norte” às vidas de pessoas LGBT. Quem ingressa na casa recebe atendimento psicológico, aprende uma profissão e é encaminhado ao mercado de trabalho. Deve terminar o ensino fundamental e médio e fazer um curso preparatório para o Enem e vestibulares. Existe um compromisso com a casa em que o morador deve guardar 50% do seu salário, sendo que não tem custos na casa, para sair já na universidade, no mercado formal de trabalho e com um valor X para iniciar uma vida nova. A capacidade da casa é de 12 pessoas que podem permanecer até 12 meses. No entanto, a lista de espera é de mais de 30.
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