Por V.B., para Desacato.info
Presa num mundo sem saída, por onde tento escapar está repleto de grades.
Suplico socorro, mas não me escutam.
Se me escutam não me entendem.
Falo a língua dos loucos que é imensidão desabitada por ninguém.
Cansada de debater-me contra o silêncio de meus berros, meu grito se esvai no imenso buraco onde meu corpo está jogado.
Soterrado aos poucos, minha voz perde a força junto ao meu corpo que morre sem se manifestar.
Qualquer manifestação é vã.
Como a degradação do cadáver dentro de mim.
O ódio e o desprezo que sinto pelo mundo é maior que o amor que tenho pela vida.
Não sei onde tudo vai parar ou onde eu vou parar.
Espero um fim, uma fuga de um mundo sem janelas.
Imagem de capa: Pintura de Muhammad Ansi
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