Frente Brasil Popular de São Miguel do Oeste/SC analisa atual cenário com lideranças regionais

Por Claudia Weinman, para Desacato. Info.

O coletivo da Frente Brasil Popular de São Miguel do Oeste/SC, que é formado por diversas organizações sociais, pastorais, sindicatos, associação de moradores e partidos políticos, esteve reunido na manhã de sábado, dia 09 de abril, com lideranças regionais, representando mais de 20 organizações do Oeste e Extremo-oeste Catarinense, para realização de uma análise de conjuntura junto ao Deputado Federal, Pedro Uczai.

Conforme um dos representantes da Frente Brasil Popular regional de São Miguel do Oeste, Adilson Pandolfo, diante da atual conjuntura política, social e midiática, faz-se necessário que as lideranças de diferentes organizações estejam reunidas para dialogar sobre o processo histórico do Brasil, criando alternativas de avanço para uma nova forma de vida e especialmente, analisando estratégias para barrar o golpe que se efetiva a cada dia no país.

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Lideranças representando mais de 20 organizações populares participaram da análise no sábado pela manhã.

Segundo Pandolfo, nesta semana, as organizações do interior do estado devem se deslocar até Brasília para um grande momento de enfrentamento contra o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele destaca que embora a Frente Brasil Popular seja apartidária, a destituição da atual presidente reflete em um golpe profundo para os avanços democráticos já garantidos por meio de lutas históricas, por isso, segundo ele, algumas atividades estão sendo planejadas para estes próximos dias. “Ações serão realizadas também em nossa região, de forma mais local”, antecipa.

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Juventudes participaram da análise em São Miguel do Oeste.

Conjuntura

Em sua fala, o Deputado Federal, Pedro Uczai, enfatizou que a compreensão de “Golpe” perpassa a perda de um determinado cargo no governo, mas, segundo ele, vai além, afeta a democracia e os povos que historicamente lutaram para a conquista de direitos. Uczai acredita que é imprescindível ocupar as ruas em defesa da democracia. “O golpe está consumado se o povo não for para as ruas. A força da mobilização popular é que vai impedir o golpe”, destacou.

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Análise com Pedro Uczai.

O Militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Sebastião VilaNova, ressaltou que a luta contra o golpe vem de encontro as diversas mobilizações a serem realizadas neste “Abril Vermelho”. “As ações devem acontecer em todo o estado Catarinense e em outras regiões do país com atuação dos movimentos populares”, destacou.

Em concordância, o Militante do Movimento dos Pequenos Agricultores, (MPA), Charles Reginatto, destacou que o movimento também estará em Brasília, construindo um grande acampamento na intenção de estabelecer um horizonte de unidade entre as organizações e contra o golpe”.

Reginatto fez uma provocação para as organizações, salientando a necessidade de discutir um novo projeto de vida após a derrubada do golpe. “Não podemos continuar com esta mesma economia, com esta política e com a mídia que temos hoje. Vamos precisar unificar esta pauta”, enfatizou.

A Militante da Pastoral da Juventude Rural (PJR) e Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), Jociani Pinheiro, acrescentou ainda a importância de construir uma hegemonia entre as organizações. “Vivemos momentos históricos onde ficamos sozinhos/as nas ruas. Mas agora, vimos reascender uma grande esperança. Este é o momento de luta de classes, temos que saber compreender, nos defender e contra- atacar. Depois disso, precisamos sentar novamente para discutir um novo sistema e outras relações”, defendeu.

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Organizações planejam ações coletivas para o mês de abril.

 “Outra Informação”

O Militante da Associação dos Afrodescendentes de São Miguel do Oeste (Afrodesmo), Lizioni Fontoura de Freitas, disse ainda que os trabalhadores e trabalhadoras precisam receber uma “outra informação”. Conforme ele, a imprensa conservadora aliena as pessoas que passam a defender governos ditatoriais e a conservação de um golpe. “Que postura vamos ter em nossas famílias? Achamos que a televisão está informando mas quando vemos, quem está do nosso lado encontra-se defendendo a ditadura, a queda da atual presidente e a implantação concreta de um golpe. Temos que analisar toda informação que entra em nossas casas”, argumentou.

A Coordenação da Frente Brasil Popular de São Miguel do Oeste, estará reunida novamente nesta semana para pensar e articular ações contra o golpe para a região. Mais informações podem ser acessadas por meio da página do facebook, no link: https://www.facebook.com/Frente-Brasil-Popular-S%C3%A3o-Miguel-do-OesteSC-1557593464534119/?fref=ts.

Fotos: Claudia Weinman e Wesley Padilha. (PJMP/PJR-SC). 

 

 

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