(Prensa Latina) Milhares de franceses participam hoje nesta capital de uma marcha convocada por organizações políticas de esquerda e grupos sindicais para protestar contra as medidas de ajuste e o tratado de austeridade europeu.
Os manifestantes, vindos de quase todos os estados do país, percorrerão vários quilômetros pelas ruas e avenidas da capital, desde a praça da Nação até a da Itália.
“O chamado Tratado sobre a Estabilidade, Coordenação e Gobernança levará toda a União Europeia (UE) a uma espiral depressivo, com o risco de generalizar a pobreza. Será um retrocesso sem precedentes após a segunda guerra mundial”, denunciaram os organizadores em um comunicado.
Adotado em março passado por 25 dos 27 países da UE, o acordo intergovernamental impõe severas restrições orçamentárias aos países membros do bloco para manter sob controle a dívida pública e o déficit fiscal.
Também contempla a aplicação de sanções automáticas aos países que superam o déficit anual de três porcento de seu Produto Interno Bruto.
“Nós provaremos que não existe apenas uma possível saída política para a Europa como tentam nos fazer acreditar os partidários da política de austeridade”, declarou o co-presidente do Partido de Esquerda e ex-candidato presidencial, Jean-Luc Mélenchon.
Enquanto Philippe Poutou, porta-voz do Novo Partido Anticapitalista, afirmou que a urgência é impedir a ratificação iminente desse tratado. “É por isso que as ruas devem dizer basta à austeridade”, disse.
As organizações de esquerda e os sindicalistas exigem a realização de um referendo para que a cidadania decida se será aplicado ou não esse pacto.
Apesar da rejeição popular, o Parlamento começará a debater nesta semana a ratificação do tratado e não se descarta que seja aprovado com o apoio do governamental Partido Socialista (PS) e da conservadora União por um Movimento Popular.
O Partido Europa Ecologia Os Verdes (EELV), aliado do PS, se somou às organizações contrárias a esse acordo promovido pela chanceler federal alemã, Ángela Merkel, e o ex-presidente francês Nicolás Sarkozy.
“A única solução possível é votar pelo Não”, declarou a ex-candidata presidencial do EELV, Eva Joly.
rmh/car/cc
Modificado el ( domingo, 30 de septiembre de 2012 )