França: sindicatos radicalizam posições antes de nova greve contra a reforma da aposentadoria

Projeto de previdência do governo começa a ser analisado nesta segunda-feira pelos deputados. Foto: Force Ouvrière/Twitter.

RFI Por: RFI.

Os principais jornais franceses desta segunda-feira (30/01) preveem uma forte participação de grevistas no movimento marcado para esta terça-feira (31/01) em todo o país. Depois de terem reunido mais de 1 milhão de pessoas contra a reforma das aposentadorias, no dia 19 de janeiro, “os sindicatos querem bater forte” neste segundo dia de ação, destaca Le Figaro, que contabiliza mais de 300 locais de manifestação e a paralisação de escolas, refinarias e redes de transporte.

O projeto do governo começa a ser analisado nesta segunda-feira pelos deputados. A primeira-ministra Elisabeth Borne mantém o objetivo de estender a idade para a aposentadoria aos 64 anos, até 2030. Le Figaro alerta que algumas federações profissionais podem optar pelo bloqueio do país, numa “lógica de radicalização” do movimento e já planejam repetir a greve nos dias 7 e 8 de fevereiro.

O jornal Libération analisa que o debate da reforma na Assembleia Nacional poderá “ser mais complicado do que preveem os macronistas”, que até este momento não sabem se terão apoio suficiente para o texto considerado polêmico. Reunidos em uma comissão, a partir de hoje, os deputados têm a tarefa de analisar cerca de 5 mil emendas feitas ao projeto, antes dos debates em plenário, a partir de 6 d fevereiro.

A falta de consenso entre os deputados do LR (Os Republicanos), partido de direita, é apontada como uma das principais divergências no campo governista para passar a reforma, segundo o Libé. Para os representantes da oposição, “um protesto equivalente ou mais forte do que o anterior poderá fazer o governo recuar”, acredita um deputado socialista ouvido pela reportagem.

O jornal Le Monde observa que três quartos dos franceses consideram o projeto injusto e desnecessário. “O governo não soube justificar a sua política, dando a impressão de criar um problema e não de trazer uma solução”, analisa Philippe Moreau-Chevrolet, professor da Science Po.

Ouvido pela reportagem, Laurent Berger, secretário-geral da Confederação Francesa Democrática do Trabalho, que reúne diversos sindicatos, apela ao governo para “ouvir as reivindicações dos manifestantes contra  a reforma” antes do segundo dia de mobilização intersindical, nesta terça-feira.

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