Estudantes e sindicalistas foram às ruas na quarta-feira (09/03) protestar contra a reforma trabalhista proposta pelo presidente francês, François Hollande, que flexibiliza direitos em uma tentativa, de acordo com o governo, de diminuir a taxa de desemprego, atualmente acima de 10%.
Manifestações foram organizadas em cerca de 200 cidades do país. Um abaixo-assinado com cerca de um milhão de assinaturas também pede que as novas normas não sejam implantadas.
A reforma visa flexibilizar, principalmente, o limite de 35 horas de trabalho semanais. Tecnicamente, o limite será mantido, mas as companhias poderão organizar horas de trabalho alternativas — como trabalhar de casa — o que, no final, pode resultar num total de 48 horas de trabalho por semana. Em “circunstâncias excepcionais”, o limite poderá ser de até 60 horas por semana.
A proposta ainda permite que as empresas deixem de pagar as horas extras dos funcionários que trabalharem mais de 35, recompensando-os com dias de folga.
“A França fará o que tiver que ser feito quanto à lei trabalhista num esforço de preservar seu modelo social enquanto o adapta”, disse o porta-voz de Hollande, Stephane Le Foll.
“Semeia a misérie, colhe a nossa raiva”, diz um dos cartazes do protesto
Greve dos ferroviários
As manifestações desta quarta acontecem no mesmo dia da greve nacional dos trens na França. De acordo com a rede ferroviária do país, SNCF, um em cada três funcionários está participando da greve.
O movimento começou na noite de terça-feira (08/03) e deve durar até a manhã de quinta (10/03).
Os ferroviários exigem umento salarial, melhores condições de trabalho e contratação de novos funcionários.
Fotos: Agência Efe
Fonte: Opera Mundi