França faz segundo ataque aéreo sobre reduto do Estado Islâmico na Síria em 24 horas

A França lançou na madrugada desta terça-feira (17/11) novos ataques aéreos na cidade síria de Raqqa, reduto do EI (Estado Islâmico), reportou o ministério da Defesa francês.

“O Exército francês conduziu pela segunda vez em 24 horas um ataque aéreo contra o Daesh (acrônimo do EI em árabe) em Raqa, Síria”, afirmou o ministério em um comunicado.

A ofensiva vem após uma onda de atentados que ocorreu na sexta-feira (13/11) em Paris e que matou ao menos 129 pessoas e deixou outras 352 feridas, segundo o último balanço oficial.

Essas ações, que incluíram tiroteios e homens-bomba, ocorreram em ao menos seis localidades diferentes da capital — entre elas, o Stade de France e a casa de shows Bataclan — e foram reivindicadas pelo Estado Islâmico no sábado (14/11).

De acordo com o porta-voz militar Gilles Jaron, os bombardeios desta madrugada destruíram um posto de comando e um centro de treinamento da organização extremista sunita.

Segundo a AFP, a ofensiva teve início às 0h30 GMT (22h30 de Brasília, segunda-feira) e foi integrada por 10 caças – Rafale e Mirage 2000 – que lançaram 16 bombas a partir dos Emirados Árabes Unidos e da Jordânia.

 “Ambos objetivos foram alcançados e destruídos simultaneamente”, afirma o comunicado ministerial. “O ataque, que aconteceu em coordenação com as forças norte-americanas, teve como alvos locais identificados durante missões de reconhecimento realizadas anteriormente pela França”.

Além disso, o Palácio do Eliseu fez uma solicitação formal nesta terça para pedir ajuda militar aos outros membros da UE (União Europeia), recorrendo pela primeira vez ao artigo de assistência mútua do tratado do bloco, reportou a Reuters.

“Em Bruxelas, eu acabei de invocar o Artigo 42.7”, disse o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, durante encontro de ministros da Defesa do bloco. Outros países da UE aceitaram o pedido francês e devem se manifestar publicamente sobre o tema nas próximas horas para explicar como essa ajuda será dada.

EFE

A ministra alemã da Defesa, Ursula Von der Leyen, conversa com homólogo francês, Jean Yves le Drian (dir), na reunião em Bruxelas

Declaração de guerra

Na segunda-feira (15/11), o presidente francês, François Hollande, declarou guerra ao EI e disse que pretender fazer alterações na Constituição do país para dar conta às novas e potenciais ameaças terroristas.

Segundo o mandatário, os jihadistas “tentaram matar a juventude francesa em toda a sua diversidade”, mas não conseguiram. “O país está em luto, mas a França será sempre uma luz para a humanidade. Os terroristas só reforçam ainda mais nossa determinação”, falou.

Hollande ressaltou ainda que os atentados foram “planejados e decididos na Síria, organizados na Bélgica e perpetrados em solo francês”.  “O jihadismo é uma ameaça ao mundo e não só à França”, sublinhou. “Eu agradeço aos EUA, devemos agir juntos”, acrescentou.

Foto de capa: Caças franceses: ampla campanha militar contra jihadistas na Síria. EFE.

Fonte: OperaMundi.

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