Texto de Rádio França Internacional – RFI.
Protestos estão previstos em todo o país. Em Paris, a circulação de metrôs será “quase normal”. O serviço de ônibus e bondes será normal. Os trens de acesso aos subúrbios serão afetados.
Após as manifestações com participações recordes de 7 de março e um dia menos seguido de mobilização no sábado (11), a nova jornada de ações ocorre no dia em que deputados e senadores devem chegar a um acordo sobre um texto final, antes da votação na Assembleia Nacional na quinta-feira.
Para os sindicatos, trata-se de influenciar pela última vez o voto dos deputados – o governo não tem maioria na Assembleia e precisa do apoio da direita.
O impasse pode levar o governo a recorrer à medida constitucional 49.3, permitindo a adoção da lei sem votação. Mas o Executivo espera não ter que usar esse recurso, o que aumentaria ainda mais a impopularidade de uma reforma rejeitada pela maioria dos franceses.
Votar a favor do texto não equivale a apoiar o governo, disse a primeira-ministra Elisabeth Borne a deputados de direita na terça-feira. “Vocês (…) serão levados a expressar suas opiniões sobre a reforma da Previdência. Não sobre o apoio ao governo, mas sobre este projeto, apenas sobre este projeto”, insistiu Borne.
Enquanto isso, greves ??continuam em vários setores-chave – como transporte, energia e coleta de lixo – com relativo sucesso.
Queda de braço
Desde 19 de janeiro, milhões de franceses já se manifestaram sete vezes para expressar sua recusa a essa reforma desejada pelo presidente Macron, cuja medida emblemática, o aumento da idade mínima legal de aposentadoria de 62 para 64 anos, é a principal fonte de insatisfação.
Mas o governo permaneceu inflexível e seguiu uma estratégia de fazer o texto ser aprovado às pressas, usando dispositivos constitucionais raramente implementados para acelerar o debate parlamentar.
Na semana passada, as principais centrais sindicais, que estão unidas contra este projeto impopular, deslocaram o debate para o campo da legitimidade democrática, considerando que a falta de resposta do Executivo ao poderoso movimento social constituía um “grave problema democrático”, que poderia levar a uma situação “explosiva”.
Os sindicatos pediram para serem recebidos pelo presidente da República, mas, diante da recusa, desafiaram-no a organizar uma “consulta cidadã”.
(Com AFP)