De acordo com o representante da ONU, mais de 450 mil pessoas estão atualmente inacessíveis em cidades e vilarejos na Síria, algumas há vários anos. “Alimentos, medicamentos e outros produtos são sistematicamente bloqueados. A privação deliberada de comida é formalmente proibida como arma de guerra. E, por extensão, sitiar vilarejos também”, lembrou Al Hussein.
A ONU aproveitará a trégua para reforçar as operações humanitárias no país e dar assistência a cerca de 150 mil pessoas bloqueadas em cidades cercadas pelo regime ou pelos rebeldes. O coordenador para questões humanitárias da ONU na Síria, Yacoub el-Hillo, anunciou neste domingo (28) que a organização prevê a entrega de ajuda humanitária a partir de hoje nas cidades rebeldes de Mouadamiyat al-Cham, na periferia de Damasco, tomada por forças de governo.
ONU espera autorização do regime sírio
As Nações Unidas também esperam a autorização do governo e outros grupos envolvidos no conflito para ajudar 1,7 milhão de pessoas que estão em zonas de difícil acesso. “As evacuações de feridos ou doentes devem ser incondicionais”, declarou o representante do Alto Comissariado. “A ONU pede a todas as partes que assegurem um acesso incondicional, livre e regular às 4,6 milhões de pessoas que vivem em locais sitiados em total a Síria”.
Paralelamente, a Organização Mundial de Saúde pediu hoje o acesso sem restrição para entregar medicamentos à população. “Infelizmente, muitos pedidos são recusados pelas autoridades sírias”, lembrou Elizabeth Hoff, representante da OMS no país. “Em 2015, a OMS fez 102 solicitações: 30 foram aprovadas e 72 ficaram sem resposta”, revelou.
Chanceler francês pede reunião sobre trégua
O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Marc Ayrault, pediu nesta segunda-feira uma reunião do grupo encarregado de verificar a trégua na Síria em áreas tomadas pela oposição moderada. “Recebemos informações de que ataques, inclusive aéreos, continuam em áreas controladas pela oposição moderada”.
A trégua entrou em vigor na sexta-feira(26) à meia-noite e não envolve as operações contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico e do Front al Nusra. O conflito na Síria já deixou mais de 270 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados.
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Fonte: RFI Brasil