Nesta terça-feira (17/8) os moradores da Ocupação Mestre Moa se mobilizaram até a Prefeitura de Palhoça para conseguir uma audiência com o prefeito Eduardo Freccia. Ignorados pelo mesmo, entregaram uma carta e aguardam na ocupação, atualmente sob ordem de despejo.
A Ocupação Mestre Moa, localizada nos limites entre o Caminho Novo e Bela Vista, conta com 42 famílias e mais de 50 crianças e estão sob uma ordem de despejo que pode ser executada a qualquer momento. Diversas vezes tentaram se comunicar com o Prefeito mas este diz que não tem como se envolver.
Desde CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) foi oferecido para cada família pegar um colchão, um cobertor e ir ao ginásio, sem poder levar mais nenhum pertence. Podem escolher entre receber um aluguel social de 250 reais ou a passagem de volta para a terra de origem.
Eneiter, migrante gaúcha, questiona o órgão: “A gente já veio da nossa terra. Se lá é uma miséria, vamos voltar lá para quê? Apesar de estar em terra alheia, somos trabalhadores e queremos fazer valer nossos direitos.”
Segundo Luciane, se abastecem de água e luz cedidas pela casa do vizinho da frente. “Aqui todo mundo se ajuda, se vira como pode. Mas para a prefeitura, para os órgãos do governo, Celesc e Casan, somos tratados como ninguém. É um descaso total”.
“Qualquer lugar que a gente vá, a gente é tratado como um lixo, desumano, vagamundo, que a gente quer ocupar a terra que tem dono. E não é assim que funciona. A gente não veio parar aqui à toa. Foi a necessidade que nos trouxe a isso” diz Luciane Joel.
Assista à entrevista: