Ao comentar decisão do fundo, líder da União Europeia Donald Tusk disse: ‘tempo de negociação acabou, é hora de chegar a um acordo.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) abandonou nesta quinta-feira (11/06) a mesa de negociação com o governo grego em Bruxelas. Para a instituição, não “houve progressos” para se chegar a um acordo de prorrogação de resgate financeiro, devido às suas “diferenças”.
“Não houve progressos em estreitar estas diferenças nos últimos dias, e estamos bastante longe de um acordo”, destacou Gerry Rice, porta-voz do FMI em entrevista a jornalistas. Com a decisão de encerrar a reunião em Bruxelas, membros do órgão internacional optaram por voltar a Washington, ao passo que a comitiva grega — sem escolha — decidiu retornar a Atenas.
Nas últimas semanas, o governo grego pediu à troika (grupo formado pelo FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) o empréstimo de 7,2 bilhões de euros para permitir que a nação possa continuar a pagar as suas dívidas, além de cumprir com suas obrigações governamentais internas.
Contudo, muitos credores europeus discordam da insistência grega em condições de empréstimo menos severas, que incluem a flexibilização de metas fiscais e o adiamento de reformas das pensões.
“Pensões e salários respondem por 80% da despesa primária total Grécia”, rebateu Rice. “Não será possível para a Grécia atingir os seus objetivos orçamentais, a médio prazo, sem reformas especialmente das pensões”, argumentou.
Por sua vez, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, comentou a decisão do FMI. “O tempo de negociação acabou: é hora de chegar a um acordo”, afirmou.
A saída da mesa de negociação vem horas após o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, se encontrar com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o presidente francês, François Hollande, na tentativa de resolver diplomaticamente este impasse econômico.
Nesta tarde, Tsipras se reunirá com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para analisar a situação das negociações em meio à crise de liquidez.
Na semana passada, o governo grego, encabeçado pelo partido de esquerda Syriza, anunciou que decidiu agrupar os pagamentos pendentes ao FMI — que totalizam 1,6 bilhão de euros — para o dia 30 de junho.
Foto: Efe
Fonte Opera Mundi