Por Marcela Cornelli.
O segundo Ato Unificado convocado pelo movimento sindical, popular e estudantil, fez as ruas do Centro da Capital tremerem na tarde dessa quinta-feira (6). Sindicatos, centrais sindicais, os trabalhadores da Saúde estadual em greve, os servidores municipais que aprovaram greve a partir da próxima terça-feira, uniram-se em frente à Capital e marcharam pelas ruas de Florianópolis, concentrando-se em frente à Secretaria Estadual da Saúde para exigir a abertura de negociação com os servidores em greve.
O calor de 37 graus só ajudou a esquentar ainda mais o movimento. Marcharam juntos também os companheiros da Ocupação Contestado de São José, que estão ameaçados com uma ordem de despejo para este sábado (8). Mães com seus filhos no colo, mesmo sem saber se amanhã terão um teto sobre as suas cabeças se juntaram à luta em defesa da Saúde e dos serviços públicos.
Este segundo ato consolidou a unidade dos movimentos em Florianópolis, como há tempos não se via. Decididos a não abrir mão de seus direitos os servidores da Saúde seguem firmes na luta e aglutinam forças ao seu redor, trazendo a unidade de volta às lutas no Estado. Durante a manifestação, a filha de Luiz Carlos Prestes, Anita Leocádia Prestes, que estava na cidade para o lançamento do seu livro, subiu no carro de som e fez um depoimento emocionado. “Vocês estão fazendo o que meu pai sempre ensinou: trabalhadores lutando pelos seus direitos”.
Durante o Ato, servidores tentaram entrar no prédio da Secretaria Estadual da Saúde para usar o banheiro e foram barrados. No tumulto, apareceram quatro viaturas da Polícia Militar e cerca de 10 policiais se posicionaram dentro do prédio. Agora em Florianópolis tem sido assim, até para um militante usar o banheiro pode ser perigoso. No último ato da Saúde em apoio ao Sintraturb, em frente ao Ministério Público, na segunda-feira passada, quatro PMs à paisana, os P2, estavam armados e com algemas no bolso, infiltrados na manifestação. Após o ato, todos voltaram para a tenda em frente ao terminal de ônibus onde pão e linguiça foram distribuídos para os trabalhadores. Compartilhando o pão e a esperança vamos seguindo. E que Floripa nunca mais adormeça.
Na próxima quarta-feira (12), o movimento popular, sindical e estudantil se reúnem mais uma vez, a partir das 15h, na Praça Tancredo Neves (Praça da Bandeia), em frente à Assembleia Legislativa para realizar mais uma Assembleia e Ato Unificados.
