Florianópolis recebe Encontro Nacional de Lésbicas e Bissexuais da Marcha Mundial das Mulheres

No evento, foram levantadas pautas sobre preconceito, aborto, saúde, segurança e direitos humanos

Entre os dias 5 a 8 de julho de 2018, aconteceu em Florianópolis, o Encontro Nacional E ESTADUAL de Lésbicas e MULHERES Bissexuais da Marcha Mundial das Mulheres (Enalesbi-MMM). O evento, que reuniu mulheres de diversas regiões do Brasil como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Pernambuco e Goiás foi realizado na sede do Sindiprev, na praia de Ponta das Canas, no Norte da Ilha.

O Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina (CRP-SC) esteve representado no encontro através da conselheira e presidenta da Comissão Mulheres e Psicologia, Pâmela S. dos Santos, que reforçou que a Psicologia, enquanto profissão exercida majoritariamente por mulheres, é grande parceira e também protagonista dessa causa, visto que tem como papel fundamental todo e qualquer tipo de violência e discriminação, e compromete-se para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todas as pessoas. O CRP-12 esteve presente como apoiador do movimento de lésbicas e mulheres bissexuais, através da comissão mulheres e psicologia. Foi um encontro que podemos chamar de forte, potente e significativo para as mulheres.

O objetivo geral da reunião foi promover discussões sobre encaminhamentos das lésbicas e bissexuais para o X SENALESBI – Seminário Nacional de Lésbicas e Bissexuais, que acontecerá em agosto deste ano, em Salvador. Os encaminhamentos foram construídos coletivamente, a partir das rodas de conversa e propostas das participantes. A construção final aborda o posicionamento das mulheres lésbicas e bissexuais frente a atual situação política do país e o cerceamento de direitos para essa população. “Nesse sentido, as considerações reivindicam políticas públicas específicas para suprir as necessidades das mulheres lésbica e bissexuais, bem como a defesa projetos e reivindicações frente à legalização dos direitos sexuais e reprodutivos, legalização do aborto, retificação do uso de agrotóxicos, contra os sistemas que oprimem e produzem barreiras para a igualdade de direitos”, destacou a psicóloga e colaboradora da Comissão Mulheres e Psicologia, Paula Helena Lopes.

Pâmela dos Santos ressaltou que, enquanto psicólogas, não é preciso viver a questão para saber que ela precisa de três elementos básicos: representação, segurança e direitos. “Nós, da Comissão Mulheres e Psicologia do CRP 12, queremos contribuir para a construção de uma Psicologia para mulheres reais, respeitando suas singularidades, representando suas pautas, preservando seus lugares de fala e, sobretudo, ajudando na construção de uma sociedade justa e igualitária para todas”.

 O evento contou também com um show da Dandara Manoela, a qual contribuiu para a discussão sobre a representatividade das mulheres negras, e os tipos de violências que elas enfrentam.

Foram levantadas pautas sobre aborto, saúde, segurança e questões sobre racismo e capacitismo, na aproximação com as mulheres negras e com deficiências. O encontro ainda possibilitou aprendizados intensos por sua organização e auto-gestão, tal qual a Marcha Mundial das Mulheres. Cada participante contribuiu com todos os quesitos: alimentação, organização, limpeza e gestão das rodas de conversa. “É incrível ver a potência que um encontro desse possibilita para nós, psicólogas, que estamos, muitas vezes, lutando de forma mais individual, mas não menos importante. Isso nos faz lembrar a importância de construir uma Psicologia coletiva, social e em luta, em marcha pelos direitos das mulheres”, disse Paula.

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