Por Rhoriy R. Barreto da Silva.*
Quando vi uma foto do Museu de Arte do Rio me deu uma inveja dos cariocas. Uma arquitetura que coloca o passado e o futuro juntos, lado a lado.
E nós aqui em Floripa hein!
Não vou comentar sobre a questão cultural da terrinha, deixo para outro momento. Gostaria de passar para vocês o que tenho observado sobre a arquitetura da nossa cidade.
Observem os prédios que estão sendo construídos no centro da cidade, nos bairros.
Que impressão eles nos passam?
Porque vivemos num lugar tão bonito, precisamos fazer prédios tão feios? “quadrados”, cafonas, sem graça.
As pontes Colombo Sales e Pedro Ivo, erguida numa baía tão charmosa, precisavam ser tão ordinárias. A Hercílio Luz não inspirou em nada.
E a quarta ponte, vai ser mais do mesmo?
Vale o mesmo para os elevados da Rita Maria e do CIC. Precisamos viver olhando para concreto armado?
Por que tanta mediocridade?
Quando nossos planejadores, arquitetos, políticos viajam para lugares que são exemplos de arquitetura bela e elegante não trazem nada na bagagem?
Não fica nada na retina?
Não dá vontade de construir uma cidade mais bonita, não só para o presente, mas para sempre?
Por que tanta mediocridade?
E a Trompowsky, que era a alameda mais elegante de Floripa, hoje um canteiro de obras na direção do vazio arquitetônico.
Quando importamos os nomes, porque hoje todos os edifícios são “towers”, não conseguimos importar um pouquinho de criatividade.
Por que tanta mediocridade?
Projetemos a nossa cidade em 10, 20, 50 anos. Imaginemos a harmonia com beleza dos mangues, das baías, dos rios, das montanhas.
Dá para fazer diferente.
Comecemos por não perder a capacidade de indignação.
Todos nós temos amigos, conhecidos, parentes que são arquitetos, construtores, políticos e funcionários públicos.
Questione, por que tanta mediocridade?
* Engenheiro – Florianópolis