Florianópolis participa de ato público em defesa do povo Guarani-kaiowá

    Por Gabriele Duarte.

    Fotos: Marcela Cornelli.

    No fim da tarde desta sexta-feira, 9, cerca de 150 pessoas se reuniram em frente à Catedral Metropolitana de Florianópolis com um objetivo em comum: chamar a atenção para a causa indígena no país, em especial a da etnia Guarani-Kaiowá. A partir de painéis, apresentações culturais e depoimentos, a intenção dos manifestantes foi atrair olhares para a necessidade da valorização do povo indígena, da demarcação das terras destinadas aos índios e o fim dos conflitos.

    Cerca de 500 índios foram assassinados no Brasil entre 2003 e 2011, sendo 279 deles pertencentes à etnia Guarani-kaiowá. A discussão sobre a posse do território destinado à segunda maior tribo do país ganhou os noticiários e redes sociais, inclusive em Florianópolis. O evento no Facebook que organizou a manifestação contou com mais de 2 mil participantes.

    No último dia 30, o governo federal anunciou a suspensão da liminar que determinava a retirada dos índios da Fazenda Cambará, em Mato Grosso do Sul. Em carta à opinião pública, eles solicitaram: “Pedimos ao Governo e à Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo, mas decretar nossa morte coletiva e enterrar nós todos aqui. Nós já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos, mesmo, em pouco tempo”.

    O historiador Pedro Rios Leão esteve na tribo indígena e comentou a situação pelo facebook. “O clima é muito tenso, o despejo foi decretado. Sexta feira, [26 de outubro] enquanto o latifundiário Gino Ferreira, ex-vereador, cobrava o despejo, uma índia em Pielyto Kwe foi espancada e violentada enquanto transitava para fora da aldeia”, conta. Ele ainda afirmou que o clima era de barbárie total e que a sua presença incomodava os fazendeiros.

    A carta dos Guarani-Kaiowá foi divulgada após a Justiça Federal determinar a retirada de 30 famílias indígenas da aldeia Passo Piraju, em Mato Grosso do Sul. A área é disputada por índios e fazendeiros. Em 2002, acordo mediado pelo Ministério Público Federal, em Dourados, destinou aos índios 40 hectares ocupados por uma fazenda. O suposto proprietário recorreu à Justiça.

    Segundo o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), vinculado à CNBB, há que saber interpretar a palavra dos índios: “Eles falam em morte coletiva (o que é diferente de suicídio coletivo) no contexto da luta pela terra, ou seja, se a Justiça e os pistoleiros contratados pelos fazendeiros insistirem em tirá-los de suas terras tradicionais, estão dispostos a morrerem todos nela, sem jamais abandoná-las”, diz a nota.

    Com a decisão da Justiça, cerca de 170 índios que vivem no acampamento no Mato Grosso do Sul devem permanecer no local até que a demarcação de suas terras seja definida. Representantes do governo ainda garantiram que vão agilizar o processo de estudos para demarcação da terra indígena. De acordo com o Ministério da Justiça, a Fundação Nacional do Índio (Funai) vai apresentar, em 30 dias, o relatório final com a delimitação da área reivindicada pelos índios.

    Entenda a situação da tribo guarani-kaiowá.


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    Fonte: http://cotidiano.ufsc.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2288:florianopolis-participa-de-ato-publico-em-defesa-do-povo-guarani-kaiowa-&catid=42:reportagem&Itemid=62

    2 COMENTÁRIOS

    1. A pessoa que fez a matéria contou isso, não fique braba porque é óbvio que ninguém é contra o ato e, menos ainda, que tenha havido má fé. Pelo contrário, estivemos na sexta-feira com Tonico Benites na Faed. A matéria aparecerá amanhã.
      Obrigada pelo contato,

      Tali Feld Gleiser
      Direção Geral

    2. 150 pessoas? Olhem as fotos, se contarem …por cima assim com os dedos verão que há muito de 150 pessoas… jamais 150 pessoas lotariam mais de duas quadras da felipe schimdt… é essencial aos jornalistas que cobrem manifestações saberem contar!

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