Florianópolis, 7 de maio de 2014.
De quem são as lutas sociais? Quando atos reivindicatórios com a mesma finalidade são marcados em espaços distintos de uma cidade, e liderados por direções reconhecidas da esquerda, precisamos nos preocupar. Algum objetivo está errado, escondido ou deixado de lado. Denota-se a necessidade urgente de uma grande frente social e política no Brasil. Essa ausência produz um padecimento desnecessário à massa excluída e um prejuízo incalculável ao avanço da luta pelas transformações.
Quem são responsáveis? O PT, antes de assumir o governo nacional em 2003, arriou as bandeiras da mobilização transformadora e se declarou um bom ‘humanizador do capitalismo’, fim inviável por contradição material, cultural e histórica. Já os sindicatos, dentro e fora da CUT, dedicaram mais tempo à briga por instalar correntes na paróquia que à luta ideológica e política unificada. Não constroem uma aliança com a população majoritariamente pobre de cidades e periferias. Não procuram mudar a correlação de forças favorável ao sistema. Percorrem-se mais os gabinetes de Brasília do que se marcha nas avenidas.
Os movimentos juvenis espontâneos são sintoma de mudança? Não parece. Rodam no entorno universitário entre setores de classe média e média baixa, econômica ou cultural. Fazem gestos mediáticos, efêmeros e difíceis de decifrar para o trabalhador rural ou periférico afastado de modas e da internet. Positivamente, sim, em alguns casos, colaboram com a luta pela terra e pela moradia.
Fazer o quê? Destituir as brigas intestinas, assumir de vez o diálogo com todos os setores da classe trabalhadora e as minorias, independentemente de partidos e correntes e construir política de massas. Voltar à luta de classes com os métodos e a contemporaneidade que esta Nova Época exige.
Só uma frente única social e política poderá enfrentar a máquina jurídica, política, empresarial e os interesses imperialistas, indo além do discurso, como critério de fraternidade e solidariedade de classe.