Fiocruz defende lockdown e aponta que Brasil vive “maior colapso sanitário e hospitalar da história”

Boletim da entidade destaca exemplo de Araraquara para defender isolamento social rígido

Mapa: Fiocruz

Por Lucas Rocha.

Em boletim publicado na noite desta terça-feira (16), a Fundação Oswaldo Cruz reforçou que o Brasil vive um momento gravíssimo da pandemia e destacou que das 27 unidades federativas, 24 estados e o Distrito Federal estão com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) iguais ou superiores a 80% (nível crítico), sendo 15 com taxas iguais ou superiores a 90%.

O levantamento, divulgado no dia em que o país registrou quase 3 mil mortes diárias, destaca a necessidade de serem adotadas medidas de isolamento social com o objetivo de conter o avanço da pandemia. “O bloqueio ou lockdown é uma estratégia a ser considerada em situações mais críticas”, sustentam os pesquisadores.

Nesse sentido, o boletim aponta a cidade de Araraquara (SP), governada por Edinho SIlva (PT), como um exemplo nacional. “O município de Araraquara é um dos exemplos atuais de como medidas de restrição de atividades não essenciais podem não só evitar o colapso ou mesmo prolongamento desta situação nos serviços e sistemas de saúde, resultando na redução da transmissão, casos e óbitos, protegendo a vida e saúde da população”, diz a entidade.

No balanço, as cinco unidades da federação em situação mais crítica são Rio Grande do Sul (100% de ocupação), Santa Catarina (99%), Rondônia (98%), Distrito Federal (97%) e Goiás (97%). Entre as capitais, o pior cenário é vivido em Porto Alegre (103%), Porto Velho (100%), Rio Branco (100%) e Cuiabá (100%).

Apenas os estados de Roraima e Rio de Janeiro estão com níveis de ocupação de UTI abaixo de 80%. Nas capitais, Boa Vista e Belém não apresentam este cenário. Apesar do estado do Rio estar com 79% de ocupação, a capital carioca registra 90%.

“Quando a capacidade de resposta, como as ações desenvolvidas pelos serviços e sistemas de saúde, se apresenta em uma situação extremamente crítica ou mesmo em colapso, como se vê em quase todo país, sendo incapaz de atender às necessidades de todos os pacientes graves e levando os trabalhadores da saúde a situações de exaustão, estamos próximos ou diante de uma catástrofe”, afirma o boletim.

Confira aqui o boletim da Fiocruz

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