Filme brasileiro O Menino e o Mundo vence Grande Prémio Monstra

450676797_640O filme O Menino e o Mundo, do brasileiro Alê Abreu, ganhou o Grande Prémio Monstra para melhor longa-metragem da 13.ª edição da Monstra – Festival de Cinema de Animação de Lisboa, anunciou a organização na madrugada deste domingo.

O festival, que encerra na domingo, está a decorrer desde o dia 13 no cinema São Jorge, em Lisboa, mas tem tido programação também no Museu das Marionetas, no Teatro Meridional e em várias escolas de Lisboa e de Almada.

Ainda segundo o comunicado da Monstra, Boles, de Spela Cadez, uma co-produção Eslovénia/Alemanha, arrecadou o Grande Prémio Monstra para melhor curta-metragem.

Os filmes premiados serão exibidos hoje no Cinema São Jorge, às 18h e às 20h, e no Cinema City Alvalade, às 20h30 e 22h30.

Sobre o vencedor do prémio para longa-metragem, o júri da 13.ª edição da Monstra sublinhou a “forma original, sensível e bela”, com que o realizador “concretizou uma visão ingénua e poética do mundo globalizado”.

O Menino e o Mundo conta a história de Cuca, um menino que parte à procura do seu pai, que por sua vez partiu à procura de emprego, e descobre um mundo fantástico, dominado por máquinas-bichos. O realizador Alê Abreu, autor também da longa Garoto Cósmico (2007), apropria-se de uma série de técnicas, do lápis de cor, à colagem, passando pela aguarela e pelo acrílico, criando um desenho cheio de texturas, sobreposições e transparências.

O filme quase não tem diálogos, uma ausência compensada por uma fortíssima presença da música. É falado numa língua inventada – o português invertido. O Menino e o Mundo foi também o vencedor do Prémio de Melhor Banda Sonora e o Prémio do Público. A banda-sonora é do conhecido rapper Emicida, que interpreta a música Aos Olhos de Uma Criança, onde se ouve “A vida nos trópicos não está fácil pra ninguém”. O júri destacou a forma como a música original e a sonoplastia assumem uma parte estrutural do filme, transformando-se por vezes em personagens, cenário e discurso principal: “Pela plasticidade e coerência estética com que se fundem com o grafismo e ritmo do filme.”

Pela primeira vez, o festival Monstra atribuiu prémios a longas e curtas-metragens.

Quanto à curta-metragem Boles, o júri considerou que este é “um filme bem equilibrado, que combina com mestria todos os aspectos da sua produção”. Uma história clássica sobre um artista em crise criativa e a sua musa, “contada com ironia e profundidade, oferecendo às marionetas uma dimensão contemporânea”.

Na secção da competição portuguesa, o júri distinguiu o filme Carrotrope, de Paulo D’Alva, com o Prémio Sociedade Portuguesa de Autores/Vasco Granja, pela sua “interessante visão sobre o cinema com um ambiente consistente e uma forte atmosfera”, segundo o júri.

Na competição internacional de longas-metragens, Cheatin do norte-americano Bill Plympton, arrecadou o Prémio Especial do Júri e o filme Tia Hilda!, dos franceses Jacques-Rémy Girerd e Benoît Chieux, venceu o Prémio Melhor Filme para Infância e Juventude.

Na competição internacional de curtas, Villa Antropoff, de Kaspar Jancis e Vladimir Leschiov, da Estónia, recebeu o Prémio Especial do Júri, Lay Bare, do britânico Paul Bush, o Melhor Filme Experimental, e Kiki de Montparnasse, de Amélie Harrault recebeu o Prémio do Público Curta-Metragem.

Ainda nesta categoria, A Minha Mãe é um Avião, de Yulia Aronova, À Volta do Lago, de Noémie Marsily e Cark Roosens, e O Coro em Tournée, de Edmunds Jansons, receberam menções honrosas.

O Menino e o Mundo (The Boy and the World) – teaser 1 from Alê Abreu on Vimeo.

Fonte: Público.

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