Nossa greve prossegue paralisando as unidades de bancos públicos e privados em todo o país, demonstrando a disposição de parcela da categoria em enfrentar o contexto adverso.
Porém, as duas últimas rodadas de negociação com a Fenaban evidenciaram o desrespeito como somos tratados pelos banqueiros! Além de não apresentarem propostas em relação as questões vinculadas as condições de trabalho, segurança, emprego e igualdade de oportunidades, os negociadores dos bancos insistiram em querer impor um reajuste que sequer recompõe os salários pela inflação do período.
Infelizmente, outra parte da categoria, aparentemente alheia aos acontecimentos, por omissão ou complacência, reforça a política de descaso dos banqueiros, nesse momento em que está em jogo a valorização do nosso trabalho.
Não apenas do ponto de vista financeiro, pois o trabalho de homens e mulheres não representa apenas a possibilidade de amontoarmos uma certa quantidade de objetos em nossa volta, que depois de adquiridos, rapidamente perdem o valor ou sua utilidade.
Trabalhar significa, antes de tudo, construir um ambiente de convivência saudável e de valorização das relações humanas. Onde o homem e a mulher não sejam tratados como um mero apêndice das máquinas, a cumprirem esquizofrenicamente metas de produção e vendas inatingíveis. Muitas vezes sob o sacrifício da ética pessoal e profissional.
Superar tal condição exige consciência e luta! Que o digam os companheiros e colegas grevistas, que além da insensibilidade dos patrões, muitas vezes precisam enfrentar a indiferença daqueles bancários e bancárias, que desrespeitando as decisões coletivas, se colocam ao lado dos bancos e seus negociadores!
Mesmo que se possam fazer críticas a organização do movimento – a luta por uma sociedade melhor é um processo em constante transformação e busca de unidade. E que exige a superação das contradições de classe, do colaboracionismo cínico com os patrões e a omissão injustificada.
Não existem atalhos diante dos desafios que aguardam trabalhadores e trabalhadoras bancárias. Sejam aqueles provocados pelas transformações tecnológicas, sejam aqueles representados pelas reformas trabalhista e previdenciária anunciadas pelo governo Temer.
A história da humanidade demonstra que a resistência é feita de muitos embates, exigindo sacrifícios e escolhas, mobilização individual e coletiva, debate democrático e, acima de tudo, lealdade.
Enquanto os banqueiros se unem ao Governo para derrotar as conquistas históricas dos trabalhadores e trabalhadoras do país, seguimos lutando!
Só a luta te garante!!!
Portanto, compete a cada bancário e bancária fazer um esforço para ter uma maior contribuição para ampliar a pressão sobre os banqueiros. Contamos com a participação de todos no Comitê de Greve Local nesta segunda-feira, 19, a partir das 08:00 em frente ao BB da Praça XV.
“As conquistas históricas dos bancários foram construídas nas mobilizações da categoria. Os banqueiros tem de acabar com essa intransigência e negociar seriamente as questões que são de interesses dos trabalhadores”, alertou Marco Silvano, presidente do SEEB Floripa e membro do Comando Nacional dos bancários.
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Fonte: SEEB Floripa