Por Raul Longo.
Vai começar mais um ano dos desesperados
Sobreviveremos, mas tudo promete que 2014 será de muito desespero.
Ao final, por certo sobreviveremos.
Um pouco mais envergonhados, mas também um pouco mais divertidos com o ridículo a que muitos se expõem em anos como esse.
Continuaremos indignados, mas como ao término de todos os anos dos desesperados sempre um pouco mais esperançosos de que seja o último. Mais uma vez, candidamente imaginaremos a possibilidade de ao longo dos próximos 4 anos perceberem que agir, realizar, fazer algo que os justifique ao que pleiteiam a cada ano dos desesperados dá mais resultados do que todo o trabalho para escamotear e omitir os próprios crimes. Mais resultados do que condenações sem provas que imputam aos outros.
E mais uma vez nos decepcionaremos porque certamente 2018 será outro ano dos desesperados. Mas pela prévia neste 2013, 2014 promete ser dos piores.
Que não se espere considerações nem complacências. É preciso lembrar que mesmo quando eram capazes de promover mitos para bênçãos ou anátemas — transformando anônimos canalhas em heroicos caçadores de marajás como agora tentam fazer de infernais anjos negros, justiceiros de togas inquisitoriais — para demonizar alguém nunca se furtam ao mais baixo, ao mais torpe e podre.
Em 1989 foram capazes de corromper uma mãe para mentir sobre a gestação da própria filha e, além disso, planejaram edições e montagens de debate, infundiram medos absurdos como o da perda de emprego e, da perda do teto, a falência do país e centenas de ridículas quimeras.
Quanto a Mídia pagou pelo opróbrio da mãe que se expos à abjeção da filha, então uma criança de 15 anos de idade, naquele ano dos desesperados?
Hoje não mais cometeriam tamanhas baixarias? O que se pode esperar do caráter de quem negocia a deturpação do caráter de toda a população de um país?
E para quê? Em 1989 apenas para garantir a pose do escroque que nos incentivou a manter nossas parcas economias bancárias para financiar a própria lua de mel com o poder no paraíso dos marajás? Roubaram as vidas de gente que economizava para cirurgias e tratamentos de saúde apenas para o amiguinho play boy gastar no milionário e exclusivo reduto das Seychelles?
Por que tanto escárnio?
O humorista casou com a piada e nos fizeram entregar nosso minguado ouro do tolo ao bandido que nos venderam como mocinho. Escarnecerem de nossa vergonha por nós mesmos… Mas ao final do mandato do qual até eles se diziam envergonhados — embora acobertem ladroagens muito maiores –, tivemos sorte: o sucessor ao menos conseguiu reconstituir algo de nossas reservas drenadas, roubadas.
Mas nossa sorte durou pouco… Em verdade os criadores só se indispuseram com a criatura porque não foram convidados para o repasto, o butim. Em 1994 encontraram novo sócio e daquela vez fomos ludibriados por falas empoadas a arrotar academias.
Do play boy irresponsável ao nerd bobalhão e tome preconceituosas comparações entre estudos superiores por universidades da Europa e a falta de acesso escolar para a grande maioria da população que continuou sem estudos mesmo depois de elegermos o fátuo professor, arrogante em seus diplomas como se caráter se enrolasse em canudo.
Venderam-nos o controle da inflação que eles mesmos criaram e nos atemorizava desde os tempos da ditadura, fazendo que acreditássemos no engodo sem percebermos que o real responsável pela contenção inflacionária fora o outro, o substituto. Aquele em quem nem votamos!
Em toda escolha a que nos deixamos induzir sempre nossa desgraça como resultado. Mas insistimos e mais uma vez mais nos envolvemos no perfunctório das palavras ocas, vazias. Surfamos na crista deste vácuo sem nem mesmo nos importar com a compra corrupta e venal de nossa Constituição tão duramente conquistada a sangue e dor por mais de duas décadas de uma ditadura armada e criminosa que eles também apoiaram.
Qual o pior? O tirano boçal a preferir o cheiro das estrebarias ao nosso cheiro de povo ou o déspota a nos chamar de vagabundos? Pois apoiaram a ambos como sempre a todos os que nos desprezam e exploram. Ao déspota letrado reelegemos no ano dos desesperados de 1998 quando mais uma vez nos confundiram em meio a tantas ofensas e mentiras, promessas de falências e inapetências do que aventavam como bêbado e analfabeto.
No sempre vomitar de prepotências daquela vez nos tragaram para o maior desespero que já experimentamos durante 4 longos anos de desemprego, de espoliação das maiores riquezas do país e de saque das maiores conquistas de nossos pais e avós. Horrorizados assistimos o labor e a luta de tantas gerações de brasileiros serem vendidos a preços aviltados da bacia das almas, entregues a estrangeiros e especuladores apátridas. Fizeram com que traíssemos nossa história e a memória de nossos antepassados e nunca nos retornaram um mísero centavo, nenhum benefício.
O ignóbil letrado sócio da Globo e da Editora Abril, das grandes cadeias de TV e dos jornais diários como Folha e Estado de São Paulo, gargalhava junto aos poderosos do mundo que riam da subserviência, da irresponsabilidade. Todo o mundo a rir da displicência daquele que nos vendeu e nos pendurou na abjeção e vergonha de um dos maiores pregos na história das nações. Éramos o recorde em dívida externa, concentração de renda e miséria social!
Para quê? Aonde foi todo o dinheiro de tantos empréstimos e privatizações?
Por que enquanto tantas empresas demitiam levas de trabalhadores encerrando suas atividades e todo o país parava e encolhia, tanto cresceram os templos da mentira e tanto se fortaleceu a Grande Mídia?
Mas então chegamos ao mais baixo de nossa história! Sem saldo, sem reservas, sem empregos, sem energia e luz para enxergar nossa própria nudez e flagelo! Sem o menor respeito de ninguém e de nenhuma parte!
Descemos mais! Ajoelhamo-nos e nos despimos para ser aceitos nos aeroportos internacionais como apóstolos da humilhação, da servidão. Da degradação!
Quem muito agacha mostra a bunda e dali do fundo do fosso para onde a Mídia nos arrastou, enfim, aprendemos. Aprendemos com nosso opróbio, com nossa vergonha. Aprendemos a não mais acreditar no desespero, aprendemos a ponderar os fatos, a buscar as saídas, as soluções reais em nós mesmos. Em nossa realidade! Na evidência dos acontecimentos! E em 2002 deixamos os desesperados falando sozinhos.
Que contassem suas mentiras de saber fazer o que nunca fizeram, de saber resolver o que nunca resolveram! De serem o que nunca foram! Que xingassem pelo brilho da TV, que ofendessem pelas tintas sujas dos jornais ou pelo falso colorido de acetinadas páginas de revistas! Que gritassem a histeria de seus desesperos, de suas ganâncias sequiosas! Que extravasassem suas iras!
Naquele ano não quisemos eleger o desespero. E deu certo!
Deu tão certo que em 2006, no renovar das intrigas, no reformular das manobras e das sempre mentiras, nos mantivemos alerta para o velho perigo, a antiga falácia. No insistir da Mídia cotidiana, sempre acirrada nos anos dos desesperados, reconhecemos e consideramos ao que, pela primeira vez, realmente atendeu aos nossos interesses e realizou algo por um país melhor, para um povo menos infeliz e miserável. Com menos vergonha, com maior orgulho e satisfação de ser quem realmente somos.
O reelegemos e, para nosso espanto, o mundo passou a nos indicar como exemplo de realização, como modelo para soluções de problemas internacionais. Incrivelmente, de vergonha entre a comunidade das nações, nos tornamos símbolo de possibilidades. De promessa de esperança no futuro e desespero no presente, passamos a ser o presente concreto e real para as esperanças de futuro do mundo.
Vimos mais! Vimos nossas cores, nossos símbolos e cultura se tornarem moda. Viramos assunto em todos os continentes! Não mais somos o país em crônica beira de falência de portão fachadas à evolução. Hoje somos o maior interesse mundial em investimentos produtivos!
Antes, os trabalhadores abandonavam o país em busca de emprego no estrangeiro. Hoje o país precisa buscar trabalhadores estrangeiros porque não há brasileiros para cobrir tantas vagas. E os estrangeiros vêm porque desde o mínimo os salários subiram em todas as escalas. O poder aquisitivo cresceu e a economia do Brasil que antes corria ao FMI a cada crise de nações de outro hemisfério e quadrante, se mantém estável em meio à grave crise financeira mundial. Somos procurados pelo FMI por motivo inverso, de credor se tornou nosso devedor.
Vemos nossa gente em inusitada febre de evolução e realização comunitária e pessoal, envolvida em ações conjuntas e voluntárias, dispondo-se a aquisição e ampliação de conhecimentos. Todos a estudar e estimular a busca por novos conhecimentos… E por toda essa euforia 2009 foi o ano do mais desarvorado desespero eleitoral que já testemunhamos desde a restauração democrática.
Não sabendo o que inventar e por onde mentir, passaram a condenar como vilania a coragem da heroína contra a tirania da barbárie dos anos de chumbo. Tão grande o desespero que eles mesmos, os Senhores da Mídia, desmascararam-se em meio ao desespero de fim de festa. Condenando como quem condena os que resistiram ao nazismo, confessaram-se cúmplices e coniventes aos assassínios, torturas e estupros da ditadura militar.
E apelaram para abortos e inventaram dossiês de crimes que eles mesmos cometeram. Organizaram descontroles aéreos e manipularam tragédias em macabra exploração das vítimas de acidentes que se não ocorreram exatamente naquele ano dos desesperados de 2009, já era o cozimento da ceia nas vésperas do que não aconteceu porque não mais entregamos nossas consciências por ridículos cinismos como o do “jornalismo de hipóteses” ou contundentes bolinhas de papel.
Qual o custo do cachê para a venda da reputação de um perito técnico? Nenhum perito poderá ser tão imbecil quanto o inventor do estratagema da bolinha de papel e certamente não iria denegrir a própria reputação atestando estupidez pela mesma mesquinhez de propósitos. Sem dúvida o perito cobrou muito caro!
Por que investem tanto em farsas e falácias? E sem a mínima vergonha! Sem o menor receio nem cuidado! Sem nenhum disfarce! Para que se mentem como grupos de empresas de comunicação se tão claramente se identificam e se assumem como gangs políticas?
Qual retorno esperam? Quantos lucram em tamanhos investimentos?
E se usassem as fortunas investidas nos anos dos desesperados em alguma verdadeira colaboração, algo que realmente trouxesse algum benefício à população? Não seria mais proveitoso do que apenas comprar e alugar consciências? Não teriam maior resultados do que em apenas odiar, xingar, ofender e mentir?
Neste ano que finda tivemos uma prévia do que pretendem para 2014 e deu para ver que não será nada fácil. Eles mesmos já anunciaram pretensões de reverter a realização da Copa do Mundo e prometem estragar a festa para tirar proveito eleitoral!
As permanentes previsões de fracasso, os constantes anúncios de crises que só ocorrem no mundo que admiram e promovem, não têm dado certo. O medo e o desespero que tentam nos infligir virtualmente já não nos comove há mais de uma década e agora querem o fracasso das grandes bodas entre o Brasil e o Mundo, a grande festa da Copa.
Alugaram meretrícias ou meritíssimas togas por interesses de ocasião em troca de empregos bastardos e milionários refúgios internacionais, mas comprar e enxovalhar o Sistema Judiciário brasileiro não tem melhorado nosso julgamento sobre os tantos crimes reais e verdadeiros contra nós e o país. Tanto os cometidos quanto os acobertados.
Então o que lhes sobra é investir na baderna! Mais uma vez mentiram afirmando como públicos os investimentos privados da FIFA que de público só os benefícios posteriores, mas pretendem gastar quase tanto quanto a FIFA apenas para nos envergonhar perante o mundo.
Mas é um risco! Um grande risco e eles mesmos que tanto estimularam a bagunça de meados de 2013 acabaram reclamando o condenando os manifestantes quando se voltaram contra eles mesmos. Perderam a mão e não recuperaram o controle, assustando-se mais do que pretenderam assustar. Na irresponsabilidade de quem a conduz a multidão pode se tornar um monstro e aí está o grande perigo que pode jogar esses criminosos promotores de convulsões sociais a ter de se explicar à justiça internacional já que a nacional lhes serve de rebotalho, trapo para mal disfarçar o acúmulo de sujeiras.
Quais as verdadeiras intenções desses que prometem impor a derrota ao que se deseja como a maior realização do povo brasileiro: a Copa do Mundo?
Por quê? Pra quê tanto desespero?
Alugam juízes e indicam ao abatedouro os a ser condenados sem provas! Compram impunidade a crimes comprovados e até mesmo confessos! Mas o que poderão fazer se desmascarada a messalina que se faz de cega para se passar por justiça? Se desvendada a farsa dos diferentes pesos e medidas em pratos de uma balança viciada? E se a espada completar a volta e cortar o pescoço de quem financia seu lenocínio?
A prepotência é mãe ou filha da imprevidência? Seguirão eternamente por seus desesperos mantendo o controle de consciências?… Inclusive de pretensos esquerdas a ecoar xingamentos e ilações a que arrematam na desgastada acusação de “reformismo” que repetem aleatoriamente sem condições de conceber no meio o que esperam como fim desde a imaturidade de adolescentes vanguardismos românticos. Caquéticos a preservar autocomiserações como se únicas vítimas de uma ditadura que se não fez ninguém nem mais nem menos revolucionário, criou covardes a evocar união proletária por própria condolência herdada de um cristianismo mutilado ao qual confundem com marxismo.
Ainda nem saímos do feudalismo e já procuram reformismos para justificar suas incapacidades de participação no que não compreendem por não corresponder ao imediatismo de anseios pequenos burgueses. E não se estranhe de encontrá-los ecoando as cantilenas da direita na grande marcha prometida para este 2014.
Também se verá o olhar torvo daqueles que previamente observam para tirar o melhor proveito, gritando “vivas!” ou “morras!” de acordo com o oportunismo das circunstâncias em atendimento às instabilidades dos interesses instantâneos. Mas destes sempre há por toda parte. Falam tão bem hoje quanto falaram mal amanhã e vice-versa.
A prévia de 2013 demonstrou o poder e disposição de toda essa gente. A facilidade com que se deixam usar e manipular para a confusão, a arruaça, a bagunça, o quebra-quebra. Tudo indica que pretendem botar fogo no país e por isso utilizei a arte de Ivan de Sá Pereira ([email protected]) para ilustrar esses votos de muita sorte para todos nós em 2014. Sugerindo, como na imagem, que, contudo, sobreviveremos.
Sobreviveremos para mais uma vez lamentar os tíbios, os incertos.
Difícil saber se em 2014 serão menos ou mais votos de assustados e medrosos, mas se pode prever que os desesperados intensificarão a tática do medo agindo com maior violência, além e acima das costumeiras blasfêmias, pragas e maldições!
Mantendo a calma nos restará escolher entre o discurso da ameaça e os números dos fatos. Canais para divulgar injúrias eles têm muitos, mas para desejar um Feliz Ano dos Desesperados é preciso divulgar alguns números desses fatos:
– 50 milhões de beneficiados pelo Programa Bolsa Família
– 3 milhões de casas próprias pelo Programa Minha Casa Minha Vida
– 15 milhões de lares com energia elétrica pelo Programa Luz para Todos
– 5,8 milhões de beneficiados pelo Programa Saúde não tem Preço
– 20,2 milhões de empregos criados com Carteira Assinada
– 3,6 milhões de empreendedores individuais com acesso aos diretos trabalhistas
– 22,7 milhões de pessoas beneficiadas pelo Programa Mais Médicos
Apesar de Ano dos Desesperados, 2014 sem dúvida será ainda melhor.
E se a revolução social brasileira prosseguir além de 2015, sem dúvida teremos um século muito melhor do que todos os já vividos nesse país.
Por isso desejo a nós todos um
Feliz Ano dos Desesperados!