Por Débora Mabaires, para Desacato.info.
Tradução: Tali Feld Gleiser, para Desacato.info. (Port./Esp.)
O governo de Mauricio Macri está dando seus últimos suspiros. E esse é um grave problema para os argentinos, porque ele se tornou mais imprevisível e mais nocivo do que nunca, quando ainda faltam 45 dias para as eleições presidenciais e dois meses para a entrega do mandato.
Desde as eleições primárias em que o povo mostrou com eloquência a sua vontade de tirar esse governo infame, Macri e seu gabinete ficaram mais cruéis: adiaram o pagamento da Pensão Universal Por Filho, deixando os desempregados sem a única e escassa renda, ao mesmo tempo que forçavam a alta da inflação com manobras financeiras.
Na Cidade de Buenos Aires, onde governa seu amigo Horacio Rodríguez Larreta, incrementaram a presença policial com a finalidade de bater nos que, privados de qualquer emprego, vão para a rua vender alguma coisa; e para reprimir o protesto social, que é muito e muito variado.
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Cheira-se no ambiente uma manobra de destituição, que tem a particularidade de não estar sendo realizada pela oposição, mas pelo próprio governo.
A metodologia de gerar caos começou a ser moeda corrente em nossas ruas, com a finalidade de exacerbar o já quente ânimo popular. O governo está provocando a população.
Durante a manifestação que grupos de organizações sociais realizaram na quarta-feira 11 de setembro, na porta do Ministério da Saúde e Desenvolvimento Social, o governo dispôs a suspensão do serviço da linha de metrô que mobiliza grande parte dos trabalhadores que entram à cidade para ir trabalhar. Ao mesmo tempo, dispôs uma cerca rodeando o Ministério a umas 8 ruas de distância, complicando a mobilidade de pedestres e meios de transporte, convertendo o deslocamento num verdadeiro inferno de buzinas e fúrias na área do centro.
Qualquer pessoa que precisasse usar um banheiro público em alguma das estações de trem por onde se mobilizava a maioria dos manifestantes não conseguiu. Sem justificativa, o governo nacional mandou fechar todos os banheiros, em todas as estações terminais ao mesmo tempo.
A manifestação foi brutalmente reprimida e destruíram as máquinas fotográficas daqueles repórteres que trabalhavam no local.
Nas últimas horas, tiraram um subsídio ao transporte público de passageiros, motivo pelo qual as câmaras de transporte acabam de decidir que pararão de prestar serviços noturnos – entre as 22 e as 5 horas- assim como também não terá serviço aos domingos nem feriados, isolando os trabalhadores que cumprem tarefas nesses turnos, e, também, deixando seus próprios funcionários sem essas horas, as mais bem pagas, o que significa na prática uma redução do salário.
O candidato opositor, Alberto Fernández, pediu para que as organizações tentassem não ocupar as ruas para o protesto com o objetivo de evitar estes incidentes. Alguns criticaram sua fala porque a fome não espera os tempos políticos.
Não dá para falar para quem tem fome hoje que espere até dezembro, quando assumirá um novo governo.
Ontem, na Câmara dos Deputados, se debateu e aprovou a “Lei de Emergência Alimentar”, uma medida que permitirá em caso de ser aprovada na Câmara dos Senadores, realocar recursos para destiná-los aos refeitórios comunitários e escolares. Nada que o governo não poderia ter feito com um simples decreto, igual como faz para outros assuntos.
Alguns políticos e meios de comunicação descobriram que no país do trigo, as vacas e o leite têm quase um 40% da população que não tem como comprar comida.
A meia sanção da lei por unanimidade, implica uma derrota política para o governo de Mauricio Macri: até seus próprios deputados votaram a favor de declarar a emergência alimentar, o que mostra que é impossível tampar a realidade com maquiagem discursiva e campanhas publicitárias mentirosas.
Mauricio Macri vai embora. Os argentinos e argentinas ainda não sabemos quando nem como o fará.
Cierre de baños, falta de transporte público y emergencia alimentaria en losúltimos días del gobierno de Macri
Por Débora Mabaires, para Desacato.info.
El gobierno de Mauricio Macri está en sus últimos suspiros. Y ese es un grave problema para los argentinos, ya que se ha vuelto más impredecible y más dañino que nunca cuando todavía faltan 45 días para las elecciones presidenciales y dos meses para la entrega del mandato.
Desde las elecciones primarias en las que contundentemente el pueblo demostró su voluntad de sacar a este gobierno infame, Macri y su gabinete se han vuelto más despiadados: pospusieron el pago de la Asignación Universal Por Hijo, dejando a los desempleados sin el único y escaso ingreso económico al mismo tiempo que forzaba el alza de la inflación con maniobras financieras.
En la Ciudad de Buenos Aires, donde gobierna su amigo Horacio Rodríguez Larreta, se incrementó la presencia policial con la finalidad de apalear a los que, privados de cualquier empleo, salen a vender en las calles alguna cosa; y para reprimir la protesta social, que es mucha y muy variada.
Se huele en el ambiente una maniobra destituyente, que tiene la particularidad de no estar siendo realizada por la oposición, sino por el propio gobierno.
La metodología de generar caos empezó a ser moneda corriente en nuestras calles, con la finalidad de exacerbar el ya caldeado ánimo popular. El gobierno está provocando a la población.
Durante la manifestación que grupos de organizaciones sociales llevaron a cabo el miércoles 11 de septiembre en la puerta del Ministerio de Salud y Desarrollo Social, el gobierno dispuso la suspensión del servicio de la línea de subterráneo que moviliza a gran parte de los trabajadores que ingresan a la Ciudad para concurrir a sus trabajos. Al mismo tiempo, dispuso un vallado cercando el Ministerio a unas 8 calles de distancia, complicando la movilidad de peatones y medios de transporte, convirtiendo el desplazamiento en un verdadero infierno de bocinazos y furias en la zona céntrica.
Cualquier persona que necesitara usar un baño público en alguna de las estaciones de tren por donde se movilizaba la mayoría de los manifestantes, no pudo hacerlo. Sin justificación, el gobierno nacional mandó a cerrar todos los baños, en todas las estaciones terminales, al mismo tiempo.
La manifestación fue brutalmente reprimida y destruyeron las cámaras fotográficas de aquellos reporteros que estaban trabajando en el lugar.
En las últimas horas, acaban de quitarle un subsidio al transporte público de pasajeros por lo que las cámaras de transporte acaban de decidir que dejarán de prestar servicios nocturnos – entre las 22 y las 5 horas- así como tampoco lo brindarán los días domingos ni los feriados, aislando a los trabajadores que cumplen tareas en esos turnos, pero también, dejando sin esas horas, que son las mejor pagadas, a sus propios empleados, lo que significa en la práctica, una rebaja del salario.
El candidato opositor, Alberto Fernández, salió a pedir a las organizaciones sociales que traten de no tomar la calle para la protesta para evitar estos incidentes. Algunos criticaron sus dichos, porque el hambre no espera los tiempos políticos.
No se le puede decir al que tiene hambre hoy, que espere hasta diciembre que asumirá un nuevo gobierno.
Ayer en la Cámara de Diputados se debatió y aprobó la “Ley de Emergencia Alimentaria”, una medida que permitirá en caso de ser aprobada en la Cámara de Senadores, reasignar partidas para destinarlas a los comedores comunitarios y escolares. Nada que el gobierno no podría haber hecho con un simple decreto, tal como lo hace para otros asuntos.
Algunos políticos y medios de difusión descubrieron que en el país del trigo, las vacas y la leche, hay casi un 40% de la población que no puede comprar comida.
La media sanción de la ley por unanimidad, implica una derrota política para el gobierno de Mauricio Macri: hasta sus propios diputados votaron a favor de declarar la emergencia alimentaria, lo que muestra que es imposible tapar la realidad con maquillaje discursivo y campañas publicitarias falaces.
Mauricio Macri se va. Los argentinos aún no sabemos cuándo ni cómo lo hará.
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Débora Mabaires é cronista e mora em Buenos Aires.
A opinião do autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.