Fechamento de agências dos Correios atinge serviços essenciais

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo (Sindect-SP), Elias Diviza, o fechamento de agências anunciado pela direção dos Correios deve prejudicar especialmente a população das cidades pequenas. “Além das 5.300 demissões de trabalhadores, a população também vai ficar sem atendimento. A empresa privada não vai querer prestar serviço em uma cidade de 20 mil habitantes”, afirmou.

Elias Diviza: “Os correios cumprem um papel social que a empresa privada não vai fazer”

Por Railídia Carvalho.

O governo de Michel Temer decidiu em sigilo, em fevereiro, pelo fechamento de 513 agências dos correios no país. A informação foi veiculada no final de semana pelo jornal O Estado de S.Paulo. O objetivo do governo é fechar agências próprias em lugares onde existem as agências franqueadas, que são as empresas privadas. Apenas em São Paulo serão fechadas 167 agências, destas 77 no interior.

Segundo Diviza, o impacto das demissões será profundo em uma categoria que tem um déficit de pelo menos 30 mil trabalhadores no Brasil. Atualmente, são 106 mil que atuam nos correios em todo o território. Segundo ele, a notícia surpreendeu pelo seu caráter massivo e a decisão unilateral do governo. Agências haviam sido fechadas pelo país mas não com esse alcance.
Fatura pelo correio com dias contados

A população também sentirá na pele os efeitos da privatização dos correios, ressaltou o dirigente. Ele lembrou que a empresa privada visa o lucro ao contrário do correio público que presta um serviço essencial.

“Muita gente prefere receber a fatura das contas em casa. Esse é um serviço que pode estar ameaçado com o fechamento de agências. A empresa privada só tem interesse no filão das encomendas”. Dados apontam que a maior parte da população não tem como usar meios eletrônicos, principalmente idosos.

Banco postal na mira

A entrega de cartas e o banco postal são alguns dos serviços que serão prejudicados pela privatização dos correios, continuou Diviza. Segundo ele, é vantajoso para a população o horário de fechamento do banco postal, que é uma hora depois dos bancos convencionais. O banco postal também atende a população em locais onde não existem agências bancárias mas contam com agência dos correios.

“O Trabalhador paga as contas, recebe a pensão, o salário. A agência franqueada que só tem interesse no que dá lucro não vai querer prestar serviço em uma cidade de 20 mil habitantes. A população vai ter que se deslocar para lugares mais distantes atrás de uma agência pública dos correios”, explicou.

Má gestão da empresa

Diviza afirmou que a falta de adesão aos planos de demissão voluntária lançados pelo governo deve ter motivado a decisão pelo fechamento massivo de agências. Na opinião dele, o tabalhador e a população serão penalizados pelas más gestões na empresa.

“Em dezembro quebramos o recorde de encomendas do e-comerce. Foi mais de um milhão e meio de encomendas. As agências nas grandes capitais ficaram lotadas de encomendas paradas por falta de funcionários. O trabalhador tem sido penalizado e a população também sofrerá com essa decisão”.

Audiência Pùblica no Congresso

O sindicato tem dialogado com parlamentares e integrantes da Frente Parlamentar Mista em defesa dos Correios para o agendamento ainda neste mês de uma audiência pública no Congresso Nacional para tratar do fechamento das agências em especial e do desmonte da empresa denunciado pelos trabalhadores.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here


This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.