O Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou na última segunda-feira (14/11) ao Ministério da Justiça de Israel que o FBI abriu uma investigação sobre a morte da jornalista palestino-estadunidense Shireen Abu Akleh, assassinada em maio durante uma operação militar israelense na Cisjordânia.
Um inquérito deste tipo é incomum e pode levar a um pedido dos EUA para investigar os soldados envolvidos na operação, medida que Israel possivelmente vá rejeitar, e também provocar tensões entre os governos dos dois países.
Shireen Abu Akleh, de 51 anos de idade, usava um colete à prova de balas com a palavra “press” (“imprensa”) e capacete, mas foi morta com um tiro na cabeça enquanto cobria uma operação do Exército de Israel no campo de refugiados de Jenin.
No mês de julho, a família de Abu Akleh encontrou com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, para solicitar uma investigação “completa, confiável, independente e transparente” sobre o assassinato da repórter.
De acordo com a emissora Al Jazeera, para quem a jornalista trabalhava cobrindo a região da Palestina ocupada, os familiares da vítima foram até Washington “renovar exigências de responsabilização pelo assassinato”.
Sobre o encontro com Blinken, Lina Abu Akleh, sobrinha da repórter assassinada, afirmou que “embora ele tenha assumido alguns compromissos sobre o assassinato de Shireen, ainda estamos esperando para ver se a administração vai responder de forma significativa aos nossos pedidos de justiça”.
Ela acrescentou ainda que o funcionário norte-americano “comprometeu-se com transparência” em relação ao caso. “Esperamos ser consultados e atualizados a cada passo do caminho”, completou a familiar.
(*) Com Ansa