Por Berg Silva.
O extermínio de negros é um projeto das oligarquias. Roquete Pinto que era médico, antropólogo e pioneiro da radiodifusão defendia uma “Eugenia Positiva” e dizia logo após a abolição que “O Problema (negros)” estaria extinto em um Século. Para isso avaliava que, com a chegada de migrantes europeus, a sociedade brasileira faria acelerar o processo de “mestiçagem”, embranquecendo paulatinamente a população.
Sua tese se opunha à de Renato Ferraz Kehl, médico sanitarista do interior de São Paulo, que trabalhava no Departamento Nacional de Saúde Pública e chegou a ser Diretor da Multinacional Alemã Bayer no Brasil, nos anos 20, época da ascenção nazista.
Renato Ferraz Kehl, pai do eugenismo brasileiro, defendia a segregação e o extermínio dos negros libertos, pura e simplesmente.
Desde então o tratamento oferecido pelo Estado à população negra, salvo exceções (Governo Jango, Governo Brizola, Governo Lula), é paulada, tiro e abandono.
Eles só não contavam com a nossa força e a nossa resistência
Habituados a resistir diariamente à pancadaria, criamos mecanismos de defesa e sobrevivência. Principalmente através da preservação dos nossos saberes e cultura.
No Rio de Janeiro podemos elencar várias manifestações culturais que nos fazem resistir. A Capoeira, o Jongo, a Umbanda, o Candomblé, a Folia de Reis… Mas nenhum deles é mais representativo dessa resistência do que o Carnaval, pelo simples fato de reunir tudo isso num caldeirão de alegria, para desgosto e revolta daqueles que tentam nos empurrar para debaixo do tapete. Nesse caso um tapete com sete palmos de terra.
A violência praticada pelo Estado nas favelas neste momento que antecede o carnaval é mais um capítulo desta tentativa de extermínio, contra o qual nos insurgimos. Inclusive, fazendo o… Carnaval!
Portanto quando você, amigo branco, fizer posts nesta rede social questionando porque fazemos carnaval em meio à barbárie, por favor, reflita. E nos deixe sobreviver ao massacre.
Se não quer ajudar, não atrapalha!