A farsa do impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff entra no segundo dia no Senado.
A falta de materialidade na acusação de crime de responsabilidade cria ambiente de constrangimento para o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, que preside a sessão de julgamento.
Não menos constrangedor é a situação de senadores que julgam uma mulher reconhecidamente honesta, que nenhum crime cometeu, conforme o Ministério Público Federal.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) definiu bem a situação ontem (25) no calor de um bate-boca: “Aqui [no Senado] não tem ninguém com condições para julgar ninguém”; ela se referia ao fato de que metade dos senadores são investigados por algum tipo de crime.
Impeachment é golpe neste contexto. A jovem democracia está sob ameaça e a Constituição corre perigo de estupro no Senado.
É dramática a situação, pois o ataque à democracia ocorre nos mesmos marcos que ocorreu na década de 50, que levou Getúlio Vargas ao suicídio.
O velho Karl Marx ensina que a História se repete primeiro como tragédia, depois como farsa. Atualíssimo, portanto.
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Fonte: Esmael Morais.