Farc entregam todas as armas e deixam de existir como grupo armado

A segunda-feira (26) foi mais um dia histórico para a implementação do processo de paz na Colômbia. As Farc terminaram de entregar todas as suas 7.132 armas individuais e deixaram de ser, oficialmente, um grupo armado. A ONU, responsável por esta etapa do processo, confirmou o completo desarmamento da guerrilha.

“A Missão tem armazenado o conjunto das armas individuais das Farc registradas: 7.132 armas, exceto aquelas que, em conformidade com o roteiro, servirão para dar segurança aos 26 acampamentos das Farc até 1º de agosto de 2017”, afirmou a ONU em um comunicado.

Neta terça-feira (27) acontece um evento no município de Masetas, onde há uma das zonas de transição, para celebrar o fato depois de mais de 50 anos de conflito. O presidente Juan Manuel Santos e o comandante em chefe das Farc, Timoleón Jiménez, participarão do ato. Futuramente as armas serão usadas para construir três monumentos à paz, em países diferentes.

Desde que começou a implementação do acordo de paz, este ano, os guerrilheiros das Farc passaram a deixar a vida na selva para integrar os acampamentos nas zonas de transição, onde devem passar por um processo de adaptação à vida civil. A entrega completa das armas foi o maior símbolo de comprometimento da guerrilha com a paz.


Observadores da ONU orientam os guerrilheiros e camponeses sobre como será a nova etapa do processo, agora sem armas
O presidente da Colômbia parabenizou a guerrilha pela atitude e garantiu que este é um divisor de águas na história do país. Em sua conta no Twitter publicou: “o abandono das armas representa o início de uma novo Colômbia que avança para a paz. Agradeço à missão da ONU na Colômbia por seu apoio e por seu trabalho”.

Já o chefe da missão, Jean Arnoult, também felicitou o comando das Farc pelo processo de abandono das armas que, segundo ele, foi extremamente organizado e cumpriu com todos os prazos estabelecidos no acordo.

Em um comunicado oficial as Farc anunciaram que “com o abandono das armas, cumprimos o compromisso de reconciliação e construção de uma paz estável e duradoura”.

Sem armas, a guerrilha se tornará uma força política com direito de concorrer aos processos eleitorais do país. A expectativa é que até setembro deste ano todos os membros já tenham abandonado as áreas de transição e estejam integrados à vida civil.

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