Cerca de mil famílias saíram às ruas da periferia de Mauá, no ABC paulista, no sábado (27), para protestar contra a fome, a corrupção e o desemprego no governo. O ato foi realizado pela frente Povo na Rua, fora Bolsonaro. A frente ocupou as ruas do bairro de Cerqueira Leite e foi acompanhada de organizações populares, como o Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas (MLB), Movimento de Mulheres Olga Benario, associações de bairro e a Unidade Popular pelo Socialismo (UP), entre outras. Os manifestantes marcharam até um grande supermercado da cidade para protestar contra a fome e exigir que nenhuma família passe o Natal sem ter o que comer.
Hoje, o país tem 14 milhões de pessoas desempregadas e mais de 30 milhões sobrevivendo de “bicos”, e nesse cenário todos os dias cerca de 100 milhões de brasileiros não sabem se vão ter o que comer e como alimentar seus filhos. “O preço dos alimentos sobe diariamente, o gás de cozinha ultrapassa 100 reais, o litro da gasolina já custa mais de 7 reais na maioria das cidades. Não bastasse, 33 milhões de pessoas não têm onde morar e vivem completamente vulneráveis”, afirma uma ativista que participou das manifestações.
“Para piorar, no último período, temos visto cenas revoltantes de trabalhadoras e trabalhadores se aglomerando nas filas do osso e em caminhões de lixo para recolher carcaças a fim de se alimentar. Neste mesmo Brasil, a família de Bolsonaro e o alto comando das Forças Armadas fazem farra com o dinheiro público, compram mansões, comem picanha de 800 reais o quilo e os soldados do exército tomam banho com leite condensado”, disse ainda.
Os manifestantes destacaram que no comando do Ministério da Economia, Paulo Guedes, responsável por fazer os bancos lucrarem mais de R$ 60 bilhões no ano passado, faz agora fortuna com contas abertas em paraísos fiscais. “A verdade é que se trata do governo mais corrupto da história do país, disputando esse posto apenas com o período da ditadura militar. O povo não aguenta mais e por isso segue nas ruas exigindo o fim desse governo”, afirmou a ativista.