Famílias da ocupação Buracanã (SP) na comunidade São Remo têm reintegração de posse marcada para esta sexta (12)

Foto: reprodução

Cerca de 500 famílias ocuparam, no dia 29 de janeiro, um terreno que está há muitos anos abandonado, e que fica entre a favela São Remo e a USP (Universidade de São Paulo).

Esse terreno já foi ocupado anteriormente, mas a comunidade foi despejada violentamente, porque a USP alega que tem um projeto pra área, de construção de um estacionamento.

O movimento Luta Popular, que acompanha a situação dessas famílias, alega que a comunidade São Remo desde os anos 1970 está em processo para regularizada, para que seus moradores e moradoras possam ter direito à uma moradia.

As famílias que vivem em Buracanã e em São Remo construíram a USP e que com seu trabalho ergueram a maior universidade do Brasil. Hoje, boa parte dos moradores são trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da USP.

A favela de São Remo é uma das mais adensadas da capital, e há anos também existem promessas da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) de que será construído um projeto habitacional. Mas até hoje nenhum avanço.

“A USP, através do seu reitor Vahan Agopyan e seu superintendente José Antônio Visitin, já pediram o despejo dos sem-teto da São Remo em plena pandemia! As famílias buscam negociar uma alternativa junto à Subprefeitura, CDHU e USP”, alerta em nota o Luta Popular.

A maioria das famílias e ocupantes são pessoas que ficaram sem ter como sobreviver depois do fim do auxílio emergencial, mães e famílias com crianças.

“O terreno já era para moradia destinada à ZEI (Zona Especial de Interesse Social), ou seja, para construção moradias. Pelos menos 115 pessoas há anos estão lutando para destinação do terreno para esse fim. A comunidade aumentou e agora 250 famílias serão jogadas na rua, já que mesmo com o Bolsa Aluguel, de R$ 400, não conseguem pagar moradia”, explica o morador da São Remo e representante da associação de moradores Gilvanildo Oliveira dos Santos.

Gilvanildo informou que uma reunião para tratar da situação dessas famílias está marcada com a Subprefeitura para as 14h desta quarta-feira (10). Na sexta-feira (12), às 11h, haverá reunião com a reitoria.

A disposição dos moradores da ocupação é resistir. “Temos assembleia e ato nesta quinta-feira (11), vamos pra cima e lutar por nosso direito à moradia”, reiterou.

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