A família de Adriano da Nóbrega, miliciano ligado a Flávio Bolsonaro que foi morto pela polícia no interior da Bahia no último domingo (9), pediu o Tribunal de Justiça do Rio uma autorização para encomendar uma perícia independente no corpo do ex-capitão do Bope.
Ao jornal O Globo desta sexta-feira (14), o advogado Paulo Emilio Catta Pretta, que acredita na hipótese de queima de arquivo, o objetivo é saber se há sinais que indicam execução ou agressão.
Parentes estariam insatisfeitos com o laudo da autópsia emitida pelo Instituto Médico-Legal da Bahia, segundo o qual a vítima sofreu “anemia aguda secundária à politraumatismo por instrumento de ação pérfuro-contundente”.
A versão de queima de arquivo ganhou força após a divulgação das fotos do laudo oficial pela revista Veja, que mostram que Adriano parece ter sido abatido por tiros de curta distância, já rendido.
A Veja aponta que um dos projéteis atingiu a região do pescoço, outro perfurou o tórax e também que “as imagens revelam um ferimento na cabeça do ex-capitão, logo abaixo do queixo, queimaduras do lado esquerdo do peito e um corte na testa”.
As conclusões são do médico legista Malthus Fonseca Galvão, professor da Universidade de Brasília (UnB) e ex-diretor do Instituto Médico Legal do Distrito Federal.
“Pode ter sido uma troca de tiros? Pode. Pode ter sido uma execução? Pode. Qual é o mais provável? Com esse disparo tão próximo, o mais provável é que tenha sido uma execução. Mas tem de analisar com mais detalhes”, afirmou Galvão, que entende que o disparo aconteceu em uma distância inferior a 40 cm.