O público LGBT tem seis vezes mais chance de cometer o ato, de acordo com a revista científica americana Pediatrics. Ainda segundo a publicação, o risco de suicídio é 21,5% maior quando LGBTs convivem em ambientes hostis à sua orientação sexual ou identidade de gênero.
Quando falamos em pessoas travestis e transexuais, a problemática se aprofunda de forma exorbitante: uma pesquisa publicada em 2014 pelo Instituto William, de Los Angeles (EUA), estimou que 41% das pessoas trans já tentaram cometer suicídio. Isso é resultado de uma sociedade que tenta enquadrar os corpos na ótica de gênero construída por um padrão hegemônico.
O fato de as pessoas travestis e transexuais terem seus direitos básicos negados, como o reconhecimento de seu nome, de sua identidade, o direito ao mercado de trabalho formal e à conclusão de seus estudos, fora o não acesso às políticas públicas institucionais, projeta neste indivíduo um conceito de não humano, de um ‘subsujeito’, o que desvaloriza a integralidade deste ser e faz que sua vida passe a ser algo facilmente descartável.
A LGBTfobia em nosso país acontece dentro e fora de casa, sendo a principal razão para os suicídios LGBTs. O conceito de padronização de família já é um fator inicial para exercer a cultura hetero-cis-normativa, que se constitui nos lares e nos outros meios sociais, resultando na condução social das crianças ao padrão sexual e reprodutivo, o que podemos chamar de heterossexualidade compulsória, de maneira que esses indivíduos venham a entender que qualquer desvio do caminho apresentado e idealizado por seus familiares seja considerado anormal, imoral e destrutivo.
No Brasil, não há um estudo amplo produzido sobre a sexualidade e suicídio. Porém, basta uma leitura breve das estatísticas para enxergar essa triste problemática. Dessa forma, este artigo convida a refletir sobre o tema para que se possa defender a existência e a integralidade de todas as vidas.