São Paulo – Houve um período da arte ocidental em que a capacidade de retratar detalhes determinava o valor das obras e dos pintores, explica o curador do Museu de Arte de São Paulo (Masp), Teixeira Coelho. Sobre esse tempo, que vai do século 16 ao começo do século 19, foi organizada a exposição O Triunfo do Detalhe. Os Mestres Antigos: O Retrato, aberta no último dia 2 no museu paulistano.
São 15 obras do próprio acervo do Masp, que incluem nomes como Rembrandt, Tiziano, Velázquez e Goya. Todas têm em comum a valorização dos detalhes. “O detalhe é, na verdade, uma espécie de partida, a escolha, a perspectiva, a estrutura central que organiza o trabalho”, explica Teixeira Coelho.
Entre os destaques da exposição está o autorretrato de Rembrandt Harmensz van Rijn, pintado em 1635. Na obra o pintor retrata-se encarando o espectador. A intensidade dos olhos serve para evidenciar que o principal tema do artista é o próprio mundo interior.
A exposição espalha as poucas obras da mostra por uma ampla galeria do museu. A disposição defende uma forma diferente de apreciar a arte. “A ideia é chamar a atenção das pessoas para que a quantidade não é documento em arte e que as pessoas deveriam ir aos museus para ver poucas obras por vez, mas verem em profundidade”, diz o curador.
Imagem: Autorretrato com Barba Nascente, de Rembrandt.