De 22 de julho a 20 de agosto, o Espaço das Oficinas de Arte da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), no Centro Integrado de Cultura (CIC), receberá a exposição Noosferas, das artistas Flávia Tronca e Meg Tomio Roussenq, com curadoria de Marina Tavares. A visitação fica aberta de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h30min; domingos e feriados, das 10h às 19h30min. A entrada é gratuita.
Flávia Tronca e Meg Tomio Roussenq traçaram cada qual um caminho particular até chegarem a Noosferas, a primeira exposição conjunta das duas artistas radicadas em Florianópolis. A feliz casualidade desse encontro está justamente na surpreendente convergência de anseios e propósitos entre os cinco painéis produzidos (três de autoria de Flávia e dois de Meg). O resultado se traduz na força de um universo de cores e formas prestes a eclodir.
Noosferas é uma exposição que propõe estimular um ruído perene de percepção, um despertar sensorial e emotivo nas pessoas. Há o impacto das formas, da profusão de cores e das dimensões generosas das obras (1,5m X 1,5m), algo que vai muito além do senso estético de beleza. O que está em evidência é a sintonia da leitura a respeito do momento e do mundo ao redor das duas artistas. Como ambas asseveram, “trata-se de uma convergência de ideias, sobre as transformações e revoluções em curso.” Colocadas lado a lado, as telas sugerem uma poderosa sinergia intuitiva.
Elas não poderiam ter sido mais felizes na escolha do título que batiza a presente exposição. Noosferas designa, a exemplo da acepção do temo cunhado pelo filósofo francês Teillhard de Chardin (1881-1955), “o mundo virtual, imaterial, formado por ideias, conceitos e mitos”. Era esse ambiente que permeava o momento de criação de ambas quando se propuseram a reuniu os trabalhos. A feliz coincidência veio quando as duas colocaram suas obras frente a frente – uma casual releitura mútua. “Era para ser assim”, sugerem as duas artistas.
Flávia e Meg são reconhecidas pesquisadoras e criadoras compulsivas, que exploram fronteiras estéticas, pictóricas e filosóficas. Imprimem em seus trabalhos uma leitura universal para além dos conceitos artísticos, catalisando inquietudes sociais, impressões de outros cenários e experiências de vida. Flávia traz em suas três telas o vigor da sua produção, alicerçada na investigação de materiais, na variação de técnicas aplicação de tintas e texturas e no encantamento das formas geométricas. A elas somam-se a impressionante organicidade do trabalho de Meg, a tensão das cores e formas, como se algo estivesse prestes a explodir e dar uma nova dimensão. É pedra, mas o começo do caminho.
Ao notar que o propósito de Noosfera é perceber o ruído que causará nas pessoas, mais do que a simples percepção de beleza, Flávia e Meg acenam com o efeito arrebatador e latente desse novo universo que as uniu e do qual também somos parte.
Sobre as artistas
Flávia Tronca: Natural de Caxias do Sul (RS), a artista é também mestre em Educação Estética, com formação na Universidade de Caxias do Sul e na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Em seu currículo apresenta mais de 40 exposições, entre individuais e coletivas, destacando as participações em conceituadas mostras de arquiteturas e de artes regionais e nacionais, além de diversas curadorias.
Meg TomioRoussenq: Natural de Rio do Sul (SC), é graduada em Comunicação Social/ Jornalismo pela PUC-RS e mestre em Linguagens Contemporâneas Artes Visuais pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). É professora de artes e curadora, tendo feito mais de 50 exposições individuais e 72 coletivas.
Fonte: Calendário Floripa