Exposição leva para o CIC a produção de mulheres artistas de SC finalistas do Prêmio AF de Arte Contemporânea 2024

Início: obra de Camila Martins

Pela primeira vez, a premiação mais importante do circuito de artes de Santa Catarina tem três mulheres artistas entre as finalistas. Camila Martins (Florianópolis), Celaine Refosco (Pomerode) e  Dariane Martiól (Florianópolis) irão mostrar seus trabalhos em exposição coletiva do Prêmio AF de Arte Contemporânea no Espaço Lindolf Bell 2, no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis. A abertura será no dia 6 de agosto, às 20h.

A grande vencedora será anunciada na abertura da mostra e, como prêmio, fará uma residência artística de três meses na prestigiada Cité Internationale des Arts, em Paris. Também receberá um valor de R$ 17 mil como ajuda de custo — uma das maiores premiações do gênero do Brasil —, além de bolsa de estudo do idioma francês na Aliança Francesa de Florianópolis.

As artistas Camila Martins, Celaine Refosco e  Dariane Martiól foram selecionadas dentre mais de 150 inscrições recebidas pela edição comemorativa de 10 anos do Prêmio AF de Arte Contemporânea. A avaliação do portfólio e biografia das participantes foi feita por um corpo de jurados formado por Fran Favero, artista visual, mestre em artes visuais pela Udesc e curadora do Prêmio AF 2024;  Francine Goudel, doutora em artes visuais, produtora cultural e pesquisadora; e Edson Busch Machado, artista plástico e ex-diretor do Museu de Arte de Joinville e do Museu de Arte de Santa Catarina.

Finalistas evidenciam o alto nível da produção contemporânea feminina de SC

A edição comemorativa de 10 anos do Prêmio AF de Arte Contemporânea seguiu uma tendência já percebida na 9ª edição, realizada entre 2022 e 2023: artistas de alto nível, com trajetória consistente e que mostram um recorte interessante da novíssima geração de artistas contemporâneos que atuam no estado.

Os trabalhos de Camila Martins, Celaine Refosco e  Dariane Martiól destacaram-se tanto pela singularidade da pesquisa desenvolvida quanto pela coerência entre conceito e produção poética.

Para  Fran Favero, uma das juradas e curadora do Prêmio, a escolha de três artistas mulheres não foi intencional, mas aponta para a relevância da produção feminina no contexto da arte contemporânea catarinense. “A exposição do Prêmio AF 2024 conseguirá abarcar uma diversidade de meios artísticos, perpassando sobretudo a cerâmica, com as obras de Camila Martins, a pintura e a arte têxtil, na produção de Celaine Refosco, e a fotografia e performance que são centrais na pesquisa de Dariane Martiól”, adianta Favero.

Edição comemorativa de 10 anos do Prêmio AF de Arte Contemporânea

Promovido pela Aliança Francesa Florianópolis, o Prêmio AF de Arte Contemporânea é o mais importante do circuito de artes de Santa Catarina. O projeto chega à décima edição em 2024 também com uma das premiações mais altas do país. Além da viagem de três meses para um residência artística em Paris, na prestigiada Cité Internationale des Arts, também oferece R$ 17 mil como ajuda de custo para a grande vencedora.

Este ano também é possível o agendamento de visitas mediadas para grupos ou escolas. Para agendar, basta entrar em contato pelo email [email protected].

O Prêmio AF de Arte Contemporânea 2024 conta com o patrocínio da ENGIE por meio da Lei Federal e Incentivo à Cultura. Apoio da Cité Internationale des Arts de Paris, Sala Lindolf Bell (CIC), Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e Governo do Estado de Santa Catarina. A produção é da Marte Cultural, com realização da Aliança Francesa de Florianópolis, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Conheça as finalistas

Camila Martins (1984), Florianópolis

Artista autodidata, educadora e ceramista com graduação em moda. De formação livre, estudou em ateliês de São Paulo, Cunha, Rio de Janeiro e Nova Iorque e foi aluna de ceramistas de renome na cena nacional e internacional.  A cerâmica começou como um hobby em 2015 e se tornou um ofício no ano seguinte, depois de atuar anos como estilista em uma multinacional varejista.  Além da produção cerâmica, também produz pinturas, instalações e fotografias de suas obras à beira-mar como se fossem carcaças de criaturas que o mar devolveu. Em suas obras, a materialidade da cerâmica é pautada no tempo e o tempo é o condutor da investigação: imaginar inícios, repensar o presente e propor novos fins. O tempo é questão crucial em sua pesquisa, que na transformação da matéria barro em cerâmica, tem lugar fundamental, tanto quanto o trauma do calor.

Celaine Refosco (1961), Pomerode

Artista visual, atenta aos processos e marcada por eles. Fez carreira na indústria têxtil e na educação. Na artes, começou ainda na década 1980, quando ficou em 1º lugar na categoria pintura no II Salão de Artes Plásticas na FURB (1981). Já expôs em museus, galerias, espaços independentes, com destaques para as exposições Rios Voadores, no Museu de Arte de Blumenau (2022) e no Museu Guido Viaro (2023), em Curitiba; além da exposição Sobre as coisas que não entendemos bem, no Instituto Internacional Juarez Machado (2022). Sua obra abrange tanto o desenho e a pintura, desdobrando-se também em instalações que englobam suportes e materiais diversos. Seu trabalho perpassa as discussões técnicas de execução industrial e são trazidos para uma produção em menor escala, aproximando-se de discussões também técnicas sobre pintura, desenho e formatos tradicionais de arte.

Dariane Martiól de Souza (1988), Florianópolis

Artista visual residente do Pivô Pesquisa, doutoranda e mestre em Artes Visuais pela Udesc. Foi premiada no 17° Salão de Arte Contemporânea de Guarulhos, em 2021, e suas obras já foram expostas no 32° Programa de Exposições do Centro Cultural de São Paulo (2022) e no Fórum de Fotoperformance de Minas Gerais. Em seu trabalho, utiliza pintura, fotografia, poesia, bordado e vídeos para abrir um espaço de reflexão filosófica sobre a existência. Procura ampliar os  imaginários da cultura forjada por mitos e explorar o que ela tenta ocultar: a violência e o erotismo em suas diversas formas de transgressão. Na interseção entre corpo, fantasias e identidade, sua prática artística desdobra-se como uma prosa lírica, trágica e erótica, celebrando o excesso e o absurdo da condição humana. Para Martiól, seu trabalho é uma declaração de “Amor e de Guerra: amor à vida e guerra a tudo o que possa ser antierótico”.

Agende-se

Abertura da Exposição do 10º Prêmio AF de Arte Contemporânea

Quando: Dia 6 de agosto, às 20h. Visitação até 7 de setembro, das 10h às 21h
Onde: Sala Lindolf Bell 2, no CIC (Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica)

Quanto: gratuito
Classificação: livre
Informações:  www.affloripa.com.br/premioaf

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