Exposição aborda a memória ancestral e resistência periférica através de artes visuais, poesia e música

Destacando artistas como Heven, Kayme, Isra, Floreny, Luali, Rhasna Neves e Ludmila Lima, o projeto "É Tudo Nosso" será realizado no Espaço Cultural CITA, em Campo Limpo, no dia 30 de junho. A entrada é gratuita

Elektr4 horizontal- Foto: inbo @cnlionl

O projeto “É Tudo Nosso – informação, cultura e protagonismo”, fomentado pela 20ª edição do Programa VAI da Secretaria Municipal de Cultura, promoveu, ao longo do primeiro semestre de 2024, encontros formativos focados em jovens artistas e produtores culturais. A iniciativa surgiu com o objetivo de construir coletivamente ferramentas para a gestão das carreiras dos envolvidos, promovendo profissionalização em suas respectivas áreas.

Desenvolvido pela coletiva “É Tudo Nosso!”, o projeto adota uma abordagem prática e teórica, dividida em três etapas distintas. Na primeira, encontros virtuais abordaram temas como planejamento e escrita de projetos para editais. Na sequência, três encontros presenciais reuniram artistas, produtores e curadores que compartilharam suas experiências com os alunos.

Agora, o projeto fecha com a mostra “É TUDO NOSSO! NUTRINDO NOSSOS SONHOS”. Esta fase representa a ação prática dos orientandos, com apresentações e intervenções em diversas linguagens artísticas, como música, artes visuais e poesia. O evento, previsto para ocorrer no dia 30 de junho, com entrada gratuita, tem como objetivo não apenas exibir as obras dos participantes, mas também envolvê-los na produção, proporcionando uma experiência completa.

As propostas artísticas incluem apresentações diversificadas que refletem a resistência e a criatividade da periferia, com foco em artistas mulheres e pessoas não binárias. A curadoria foi realizada pelas próprias alunas do curso, promovendo a diversidade e a inclusão. Cada apresentação busca levantar reflexões sobre identidade, diversidade e os desafios enfrentados pelas comunidades periféricas.

Além disso, a programação visa discutir a importância da descentralização cultural, especialmente no território da zona sul, conhecido como “fábrica de artistas”.

Na categoria de artes visuais, a Mostra É Tudo Nosso! contará com Heven, uma artista que une alfabetização e bordado para promover a memória ancestral e a expressão artística na periferia com seu projeto “Desata Nós”. Kayme apresentará a marca “Tituba Acessórios”, resgatando ancestralidade e resistência através de acessórios inspirados na estética periférica. Isra, do Relicari.Oz, oferecerá um acervo de moda para estilistas e artistas, promovendo a reutilização e a expressão individual.

Na poesia, Floreny transita entre dança e colagem, resgatando a ancestralidade indígena; Luali, multiartista da zona leste, utiliza a arteterapia para abordar temas da geração Z. Rhasna Neves, escritora e produtora cultural, traz vivências e ancestralidade em suas obras.

Na música, Ludmila Lima, cantora da zona sul, promove a resistência periférica negra com repertório de MPB, pop e R&B. Kayme, multiartista e cantora, traz a estética periférica e a música negra em suas composições de rap, trap, funk e R&B.

“Acreditamos que o tema do evento evidencia o movimento que está na contracultura de uma produção ocidental. É um lugar de protagonismo de mulheres na criação e execução de conceitos e um momento de cura geracional no qual podemos criar e estar em um espaço seguro para nos contemplar e admirar, criando possibilidades de gestar novas formas de pensar o trabalho coletivo,” comenta a artista visual Heven, participante do projeto.

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