Exposição “Abluções” do artista mineiro Célio Braga

Quando: 01 Março 2016, Terça-feira, às 19 horas
Onde: Fundação Cultural Badesc
Endereço: Rua Visconde de Ouro Preto, 216 – Centro
Quanto: Gratuito
Visitação até 28 de abril

A Fundação Cultural Badesc abre no dia 1º de março, terça-feira, a partir das 19h, no Espaço 2, a exposição Abluções, do artista mineiro Célio Braga. A mostra, que tem curadoria de Hércules Goulart Martins é uma parceria com o Museu Victor Meirelles. Com atelier em Amsterdã (Holanda) e em São Paulo, esta é a primeira vez que os trabalhos do artista são expostos em Florianópolis.

De acordo com Hércules, a mostra reúne obras que compõem um conjunto significativo da produção do artista em cinco distintas fases de sua trajetória nas últimas duas décadas. “Esta trajetória é marcada pela habilidade de redefinir e expandir fluidamente categorias convencionais como a fotografia e a escultura, entre outras. Os suportes empregados são levados ao limite e mais além, mediante sucessivas experimentações e o uso de materiais e técnicas artesanais inusitados”, explica.

O curador explica que o interesse conceitual do artista é pautado pela fragilidade do corpo, a cura, a passagem irrevogável do tempo, a memória, a natureza definitiva da morte, o luto e a sexualidade. “A série de objetos orgânico-abstratos Camisas Brancas (2000-2001) foi concebida a partir de doações feitas por uma rede de amigos de diversos pontos do mundo. Essas peças, que se assemelham a insólitas crisálidas, foram produzidas enquanto a AIDS e seus efeitos nefastos continuavam atingindo a vida e a identidade sexual de milhares de pessoas. Com o ato laborioso de coser e pespontar um item universal e formal do vestuário masculino, o artista desejava, simbolicamente, tocar, proteger e abluir aqueles que lhe eram mais próximos.”

Outros trabalhos que compõem a exposição são Ex-Votos (2006-2007), que são fragmentos híbridos realizados em porcelana de ossos e suturados com tecido de algodão e linha; Brancos e Negros (2003-2006), elaborados com feltro, contas de vidro, cabelo, linha e seda, que evocam órgãos fictícios e joias ritualísticas ancestrais; e Desvelar (2008-2009), uma diáfana cortina de anelos feitos com bulas de remédios, fornecidas por amigos, incluindo desde aspirinas a medicamentos para doenças terminais.

O trabalho mais recente de Célio Braga, Sem Título (2015), os limites da fotografia são estendidos. Imagens de pele são dobradas, amassadas, descamadas e perfuradas indefinidamente, surgindo texturas análogas às do envelhecimento da pele humana e das afecções cutâneas. “Com uma carga altamente simbólica, os trabalhos apresentados operam como uma narrativa multidimensional, proporcionando ao público múltiplas leituras e estados de fruição. A orquestração espacial das obras, bem como o ato de caminhar entre elas, suplementam-se. Essas, em virtude da delicadeza e da riqueza de detalhes, requerem uma relação mais intimista e de proximidade. É a partir da locomoção do visitante que distintas imagens e objetos passam a configurar um espaço narrativo e afetivo, revelando, assim, inter-relações complementares e infindáveis associações”, acrescenta o curador.

Sobre o artista

Célio Braga foi aluno do Museu da Escola de Belas Artes de Boston (EUA) e do Rietveld Academie Gerrit (Holanda). Expôs individualmente em espaços como a Galeria Pilar e Galeria Vermelho (ambas em São Paulo), Hein Elferink Galerie, Brummelkamp Galerie, Rob Koudijs Galerie (estes três na Holanda), Galeria Pilar de Londres (Inglaterra) e Galeria Amparo 60 (Recife). Também participou de coletivas na Fundação RAM, Textiel Museu Tilburg, Museum voor Moderne Kunst, Museum voor Moderne Kunst (todas na Holanda), Kunstmuseum, (Áustria), Weltkunstzimmer (Alemanha), Gustavsbergs (Suécia), e MAD-Museu de Artes e Design (USA)

Revitalização

A parceria com a Fundação Cultural Badesc, que possibilitou a realização da exposição Abluções, acontece no momento em que Museu Victor Meirelles passa por obras de ampliação, adequação e expansão de suas instalações.

Encontro com o artista

Antes da abertura da exposição, às 18h, a Fundação Cultural Badesc e o Museu Victor Meirelles promovem o Encontro com o Artista, evento em que o expositor conversa com o público sobre sua obra e carreira artística que, nesta edição, contará também com a presença do curador.

Fonte: Calendário Floripa

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