Exploração no trabalho: Apple, Amazon e McDonald’s, com as mãos na massa

20130729_rt1Conhecemos todas as caras do bem estar? Às vezes tem uma que não é nada amável: nos últimos anos, têm sido desvelados alguns casos de exploração de seres humanos por parte de grandes companhias.

A seguir, apresentamos uma lista de algumas companhias implicadas nos casos mais visíveis de abusos laborais.

1. Apple

Hoje (29/7/13), um grupo defensor de direitos trabalhistas, China Labor Watch, denunciou que detecto unas instalações onde opera Pegatron Corp., uma companhia de Taiwán, que fabrica iPhones para a Apple, casos de violações dos direitos dos trabalhadores como discriminação contra as mulheres e as minorias étnicas, horários de trabalho excessivos, más condições de alojamento, problemas de saúde, segurança e contaminação.

Em um comunicado, a Apple divulgou que “se comprometia a oferecer condições de trabalho seguras e justas” e que investigaria as acusações. No entanto, não é a primeira denúncia contra o gigante tecnológico. Em janeiro passado, por exemplo, foi divulgado que nas fábricas asiáticas das quais procedem os produtos tecnológicos de ponta trabalham menores de idade que se turnam em jornadas de 12 horas e ganham aproximadamente 13 euros ao dia.

O mesmo relatório anual da companhia sobre as condições trabalhistas nas fábricas de seus provedores, ‘Apple Supplier Responsability. 2012 Progress Report’ indicou que somente 38% de seus sócios auditados cumpriram com sua normativa, que estabelece 60 horas semanais de trabalho máximo por empregado, e em 108 de 156 plantas as horas extras não eram pagas de acordo com a lei.

2. Amazon

A loja online Amazon, na Alemanha, resultou ser um verdadeiro pesadelo neonazista para seus empregados, que são intimidados por guardas e sofrem condições de trabalho próprias de um campo de concentração.

O escândalo estourou em fevereiro passado depois que a TV pública alemã –ARD- divulgou um documentário no qual se revela que empregados temporários recrutados por toda a Europa para a temporada de Natal foram forçados a trabalhar durante longas jornadas –às vezes, durante 15 dias seguidos- por um salário menor do que o acordado. No documentário, aparecem guardas com a cabeça raspada e uniformes negros que vigiam o trabalho de uns 5.000 empregados subcontratados que dizem sentir-se intimidados e ameaçados por eles.

3. Inditex

A corporação internacional Inditex, que inclui as marcas Zara, Bershka, Pull&Bear, Stradivarius, Oysho e Massimo Dutti foi denunciada várias vezes por abusos às trabalhadoras. Somente em abril passado, a ONG La Alameda denunciou que nas fábricas da marca espanhola Zara e das argentinas Ayres e Cara Cruz trabalhavam majoritariamente, em condições precárias, imigrantes da Bolívia sem documentação, entre eles, crianças. No entanto, a Zara divulgou em um comunicado que realizou umas 300 inspeções aos 60 fabricantes de sua roupa na Argentina e não descobriu irregularidades.

A Inditex foi denunciada em janeiro passado por exploração trabalhista nas oficinas têxteis de Tanger, no Marrocos. O caso foi revelado em um estudo da ONG Campaña Ropa Limpia, que indica o seguinte: as mulheres trabalham 12 horas diárias sem nenhum pagamento adicional; são humilhadas física e verbalmente; e são castigadas por faltas disciplinares de maneira desproporcionada. Em geral, os salários não superam os 200 euros mensais e em algumas ocasiões estão abaixo dos 100 euros mensais. As trabalhadoras mais jovens, em geral, menores de 16 anos, são consideradas aprendizes e são obrigadas a trabalhar o mesmo número de horas que o restante; porém, sem receber nenhuma remuneração.

Inditex não é o único explorador no mercado têxtil. Foram recolhidos testemunhos também de trabalhadores de oficinas provedoras de Mango, Mayoral, El Corte Inglés e Dolce&Gabanna sobre condições trabalhistas similares.

4. McDonald’s

Estudantes latino-americanos e asiáticos que trabalham nos Estados Unidos mediante um programa de intercâmbio denunciam exploração e represálias trabalhistas na cadeia de comida rápida McDonald’s, que apenas lhes paga o salário mínimo de 7,25 dólares a horas.

O custo do programa é de 3.000 a 4.000 dólares; porém, a experiência trabalhista é decepcionante, já que, além do baixo salário, as jornadas podem ser de até 25 horas contínuas, sem pagamento extra e os estudantes devem pagar 300 dólares mensais pelo alojamento em instalações na própria empresa, onde ficam até 8 pessoas por quarto. Os abusos sofridos motivaram uma greve no dia 6 de março passado em Harrisburg, Pensilvânia, quando o movimento uniu-se a uma marcha em Times Square, Nova York.

Além disso, entre outros casos, foi divulgado que a condenação por violar os direitos trabalhistas de jovens trabalhadores no Brasil custou ao McDonald’s 4 milhões de dólares.

5. Walmart

Trabalhadores da cadeia de subministro de marisco CJ Seafood, provedora da corporação estadunidense Walmart, denunciaram estar submetidos a trabalhos forçados, com jornadas laborais de entre 16 e 24 horas por dia, com um salário menor que o estipulado pela lei.

Em sua denúncia, os trabalhadores, na maioria latinos, detalharam que vivem em reboques instalados ao redor da casa do proprietário e são vigiados permanentemente, tanto no trabalho quanto em suas casas temporárias. Insistem que trabalham encerrados dentro da planta, sem poder sair para descansar, e que os supervisores podem entrar nos reboques dos empregados a qualquer hora e sem aviso prévio.

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