De Telesur. “Estou feliz de estar aqui com todos vocês, com os jovens da nova geração que querem uma melhor qualidade de vida, de educação, sem exclusão (…) O problema no Haiti é a exclusão e a solução é a inclusão”, expressou o ex-mandatário haitiano em conferência de imprensa.
“Hoje não tem nem dois médicos por cada 11 mil haitianos, esse é o resultado da exclusão (…) Por isso estou aqui, por isso viemos dar o nosso apoio, se a educação está na dignidade, temos que acabar com a exclusão”, enfatizou Aristide.
“Nós os haitianos temos muitas riquezas. Estamos aqui para que juntos disseminemos a paz por toda parte, o tempo todo, em todos os lados para que a violência termine”.
O ex-mandatário caribenho lembrou que o Haiti vive “na miséria, na fome, no desemprego, na droga, na injustiça e na exclusão. O Haiti está muito doente desde 2004. Até hoje essa doença piorou, mas não estamos mortos. A esperança do Haiti são os haitianos e a sua medicina é o amor”.
“Os haitianos temos muita riqueza” lembrou o ex-presidente a poucos minutos de descender da aeronave facilitada pelo Governo da África do Sul que o conduziu de volta a Porto Príncipe.
A mensagem foi pronunciada pelo próprio Aristide em zulu, língua africana, assim como em inglês, francês e espanhol e saudou os cidadãos de Cuba pela sua entrega na luta contra o cólera e disse “quem sabe quantas pessoas teriam morto sem os irmãos cubanos. Tomara que a luz dos irmãos cubanos possa ser a guia para outros no mundo”.
“Meu coração canta de emoção” assegurou Aristide.
Ele chega no Haiti a dois dias do segundo turno presidencial que disputam os candidatos Michel Martelly e a ex-senadora Mirlande Manigat.
O ex-presidente haitiano (1991-2004) e ex-sacerdote católico, que foi enviado pro exílio na África do Sul, sempre afirmou que teve que abandonar a presidência de seu país após a pressão dos Estados Unidos e a França.
Aristide foi presidente do Haiti durante uns meses de 1991 após a saída do ditador Jean Claude Duvalier; e posteriormente ocupou de novo a Presidência do país caribenho no período de 1994 a 1996 e desde 2001 a 2004, quando foi derrubado.
O ex-governante foi trasladado à África do Sul sob custódia num avião militar dos Estados Unidos, nação que Aristide acusou de tê-lo sequestrado para impor outro Governo.
Versão em português: Tali Feld Gleiser.