Mais detalhes sobre o suposto esquema de corrupção do senador Flávio Bolsonaro, que envolve, inclusive, milicianos, vieram à tona nesta quarta-feira (18) após a deflagração de mandados de busca e apreensão solicitados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). Um desses detalhes é que Danielle Mendonça da Costa, ex-esposa de Adriano Magalhães da Nóbrega, o ex-capitão do Bope apontado como chefe da milícia conhecida como “Escritório do Crime”, admitiu que a origem do dinheiro que recebia como assessora de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) era ilegal.
Ex-assessora do então deputado estadual, Danielle é apontada pelo MP como uma funcionária fantasma que recebia salário e o repassava para o também ex-assessor Fabrício Queiroz, apontado como o chefe do esquema de “rachadinhas” no gabinete de Flávio. De acordo com o MP, ela teria repassado a Queiroz R$150 mil no período em que esteve na Alerj.
A admissão de que sabia que o dinheiro tinha origem ilícita veio através de conversas com amigas em aplicativos de mensagens. Em janeiro de 2018, após ser comunicada por Queiroz sobre sua exoneração, em 2018, bem no dia em que veio à tona o relatório do Coaf sobre movimentações atípicas na conta do ex-motorista de Flávio, Danielle escreveu para as amigas: “Eu já vinha há um tempo incomodada com a origem dessa $ na minha vida… Sei lá… Deus deve ter ouvido”.
Rachadinha e lavagem de dinheiro: o esquema de corrupção
Na manhã desta quarta-feira, o Ministério Público do Rio de Janeiro cumpriu uma série de mandados de busca e apreensão em endereços de ex-assessores do ex-deputado estadual e atual senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). No relatório do MP obtido pela revista Crusoé, Flávio aparece sendo apontado por crimes de lavagem de dinheiro.
Além disso, Flavio teria recebido repasses do policial militar Diego de Sodré de Castro Ambrósio, investigado por assediar moradores de Copacabana, no Rio de Janeiro, com “serviços de segurança privada”, através de sua esposa Fernanda Antunes Bolsonaro, dois assessores do então deputado estadual e uma loja que Flavio comanda. Foram feitos pagamentos em forma de boletos bancários, transferências e depósitos, que seriam oriundos da chamada “rachadinha”, uma prática ilegal de repasse de salário de assessores – isto é, um esquema de corrupção.