Um tribunal londrino condenou Andy Coulson, ex-diretor de comunicação do primeiro-ministro britânico David Cameron a 18 meses de prisão
Chegou ao fim o julgamento do caso das escutas ilegais do tablóide News of the World. O ex-editor Andy Coulson, que depois foi contratado por David Cameron para dirigir a comunicação do Governo, foi condenado a pena de prisão efetiva, tal como outros dois jornalistas.
Um tribunal londrino condenou o ex-diretor de comunicação do primeiro-ministro britânico a 18 meses de prisão pelo envolvimento nas escutas ilegais e acesso aos voice mails de celebridades objeto das notícias no extinto tablóide News of The World entre 2002 e 2006. Para o juiz Saunders, não foram apenas celebridades, políticos ou membros da família real que tiveram as suas comunicações sob escuta, mas também pessoas que trabalhavam com eles ou até pessoas como Laura Rooney, apenas por partilhar o mesmo apelido de um futebolista famoso.
“Ele sabia das escutas e encorajou-as quando lhes devia ter posto fim. Foi a sua reputação enquanto editor e jornalista que aumentou através das notícias que eram obtidas com as escutas e mesmo quando se demitiu, fê-lo com a sua reputação intacta” e com uma grande indemnização paga pelo grupo News International, assinala o juiz.
O juiz assinalou o mal estar causado pelas manchetes do News of the World na vida das pessoas escutadas e a desconfiança que gerou “entre amigos e familiares que suspeitavam uns dos outros”, pensando que alguém teria vendido as informações ao tablóide. E conclui que a maior parte da culpa deve recair sobre Andy Coulson, uma vez que o número de escutas cresceu bastante durante o tempo em que foi editor do tablóide. “Ele sabia das escutas e encorajou-as quando lhes devia ter posto fim. Foi a sua reputação enquanto editor e jornalista que aumentou através das notícias que eram obtidas com as escutas e mesmo quando se demitiu, fê-lo com a sua reputação intacta” e com uma grande indemnização paga pelo grupo News International, assinala o juiz.
Para além de Coulson, que deverá cumprir apenas metade da pena na prisão, o tribunal condenou também Greg Miskiw e Neville Thurlbeck a seis meses de prisão efetiva, tendo suspendido a pena de um ano a James Weatherup. Quanto a Glenn Mulcaire, que era o responsável por intercetar as comunicações, acabou por não ser condenado. “Você é o sortudo”, disse o juiz ao ex-futebolista que já tinha cumprido uma pequena pena de prisão quando o caso foi revelado. O tribunal lamentou que nessa altura não tenha sido condenado por todos os crimes, uma vez que a extensão das escutas se veio a revelar depois muito maior. “Mas a culpa disso não é sua”, afirmou o juiz antes de o condenar a seis meses com pena suspensa e 200 horas de trabalho voluntário, para além de penas semelhantes nos restantes casos em que Mulcaire se deu como culpado.
Fonte: Carta Maior.