O ex-comandante das forças da OTAN no Afeganistão, o aposentado General John F. Campbell, foi a mente brilhante por trás do golpe militar fracassado na Turquia, relatou o Yeni Safak Daily, citando fontes próximas à investigação.
O General John F. Campbell, 59 anos, era uma “das principais figuras que organizaram e gerenciaram os soldados por trás da tentativa de golpe fracassada na Turquia”, como relatou a edição em inglês do jornal conservador na segunda-feira.
O jornal é conhecido pelo seu apoio leal ao presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que era o alvo da tentativa de golpe.
De acordo com o Yeni Safak, Campbell “também gerenciou mais de $2 bilhões em transações pelo Banco da África (UBA Bank) na Nigéria usando ligações da CIA para distribuir entre a equipe pró-golpe do exército na Turquia”.
O general do exército aposentado já havia supostamente feito “ao menos duas visitas secretas” à Turquia desde maio até o golpe fracassado, o qual as autoridades turcas dizem ter sido realizado pelo que chamam de Organização Terrorista Fethullah (FETO).
O ministro das relações exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, alertou na segunda-feira que as relações com Washington poderiam sofrer se não deportassem o clérigo residente dos EUA, Fethullah Gulen, adversário ideológico de Erdogan. Washington já disse repetidamente que a Turquia deve fornecer provas concretas de quaisquer ligações que Gulen possa ter com a tentativa de golpe antes de qualquer possibilidade de deportação seja discutida.
O Turkish Daily reportou que Campbell tinha reuniões ultra secretas na base militar Erzurum e na base aérea Incirlik na Turquia, adicionando que o general do yankee “dirigiu o processo de seguir/avaliar os oficiais militares nas bases”.
De acordo com o jornal, “milhões de dólares foram transferidos da Nigéria para a Turquia por uma equipe da CIA. O dinheiro, que foi distribuído entre uma equipe especial de 80 pessoas da CIA, foi usado para convencer generais pró-golpe. Depois de tirar dinheiro de suas contas bancárias, o time da CIA entregava pessoalmente para os terroristas com vestimentas de militares”.
O governo turco e o presidente Erdogan estão usando isso como pretexto para botar pressão nos EUA em um esforço para deportarem Gulen, disse Ibrahim Dogus, fundador e diretor do Centro de Estudos Turcos e Desenvolvimento, em Londres para o RT News.
“O presidente Erdogan tem tentado com muito afinco caçar qualquer um que tem conexão ou associação com Gulen nesse momento na Turquia.”
Um total de 13,165 pessoas foram detidas em conexão com a tentativa de golpe na Turquia, disse o presidente Erdogan no domingo. Ele mencionou que 8,838 dos presos são soldados, 2,101 são juízes e promotores, 1,485 são policiais, 52 são autoridades locais e 689 são civis, como relatado pelo Hurriyet Daily. Ele adicionou que 934 escolas, 109 dormitórios, 15 universidades, 104 fundações, 35 instituições de saúde, 1,125 associações e 19 sindicatos foram fechados pois pertencem ao que ele descreveu como “Organização Terrorista Fethullah”.
Uma condenação conjunta de 73 suspeitos, incluindo de Gulen, foi aprovada por um tribunal de Ankara no sábado.
Durante um discurso para o parlamento turco, Erdogan chamou Gulen, seu ex-aliado, de “traidor desonesto”.
“O grupo terrorista FETO, que está abusando dos impostos das pessoas para comprar armas, tanques, aviões de guerra, armas pesadas e usar contra a nação são traidores e desonestos”, disse Erdogan na semana passada, chamando FETO de “um vírus metastaziado”.
Na segunda, o governo turco expediu mandados de prisão para mais de 40 jornalistas suspeitos de terem conexão com o golpe militar fracassado, reportou a NTV.
A Anistia Internacional soou o alarme no domingo, dizendo que juntou “evidências confiáveis” de que as prisões de pessoas em relação ao golpe fracassado foram “sujeitas a espancamentos e torturas, incluindo estupro, em centros de detenção oficiais e não oficiais no país”.
“Relatos de abuso incluindo espancamentos e estupros em detenção são extremamente alarmantes, especialmente dada a escala de detenções que temos visto durante a semana. Os detalhes que documentamos são apenas a superfície dos abusos que podem estar acontecendo em locais de detenção”, disse o diretor da Anistia Internacional na Europa, John Dalhuisen.
Fonte: Carta Maior