Por Victor Farinelli.
O ex-presidente boliviano Evo Morales (2006-2019) denunciou que um “novo golpe de Estado” está sendo engendrado em seu país, para aumentar os poderes do governo ditatorial de Jeanine Áñez e evitar que a esquerda regresse ao poder no país, cenário provável caso aconteça uma nova eleição.
Segundo o líder indígena, que vive atualmente em Buenos Aires, após asilo político recebido pelo governo de Alberto Fernández, o principal articulador do golpe que está sendo preparado pelo general Sergio Orellana, atual comandante das Forças Armadas, pelo economista Óscar Ortiz, ministro da Economia do governo de Áñez.
Se gesta un nuevo golpe de Estado en #Bolivia, cuyo plan está a cargo de los generales Ortiz y Orellana. Se intenta instaurar un gobierno de civiles y militares. Con ese fin llegaron dos aviones con armas desde EE.UU. y desplazaron francotiradores a El Alto y Chapare.
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) August 7, 2020
As pesquisas eleitorais mais recentes mostram que o candidato da esquerda, Luis Arce, que concorre pelo MAS (Movimento Ao Socialismo, partido de Morales), é o favorito para vencer as eleições marcadas, por enquanto, para o dia 6 de setembro. Ele tem mais de 40% das intenções de voto (43%, mais precisamente), e mais de 10 pontos de vantagem para o segundo colocado (Carlos Mesa, que aparece com 26%). Com esses números, pela lei eleitoral boliviana, ele seria eleito no primeiro turno, se a eleição fosse hoje.
Após o golpe de Estado de novembro de 2019, as Forças Armadas da Bolívia impuseram como nova presidenta a senadora Jeanine Áñez, que era vice-presidenta do Senado – a presidenta, Adriana Salvatierra, assim como Evo Morales, foi obrigada a renunciar.
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