Com 67,76% da população tendo recebido a primeira dose da vacina, e apenas 40,64% com a imunização completa, o Brasil ainda está distante de alcançar a chamada “proteção coletiva”. Por conta disso, o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro classificou como “absurda” a decisão da prefeitura do Rio de Janeiro de liberar o uso de máscara em três eventos-teste no mês que vem. Serão um festival de rock e duas festas que ocorrerão em outubro. Neles, o distanciamento de um metro entre as pessoas e o uso de proteção facial não serão exigidos.
De acordo com o ex-ministro, é importante promover uma volta gradual à normalidade, em função da queda geral no número de casos e óbitos causados pela covid-19. Mas é necessário que pelo menos 70% da população esteja imunizada para flexibilizar os protocolos de segurança.
“Acho um absurdo”, disse Chioro, em entrevista a Marilu Cabañas, para o Jornal Brasil Atual, nesta segunda-feira (27). “Temos evidências suficientes que a máscara é um meio importante de proteção individual e coletiva. Nos protege e tem impacto sobre a transmissão da doença na comunidade. Não me parece fazer nenhum sentido expor desnecessariamente a população”, acrescentou.
Como exemplo, ele citou países europeus que apostaram na retomada das atividades turísticas. Contudo, mantiveram a obrigatoriedade do uso de máscara em locais públicos, como restaurantes e museus. Além de terem adotado o “passaporte da vacina” como forma de estimular a população a aderir à imunização. No Brasil, segundo Chioro, é grande a adesão da população, mas ainda faltam doses suficientes para ampliar a proteção coletiva.
Cautela
Para Chioro, a substancial redução no número de casos e de óbitos que vem ocorrendo desde junho é fruto, principalmente, da vacinação. Entretanto, até que a imunização atinja de 70% a 85% da população, a situação exige “muita prudência”, segundo ele.
“O momento ainda é crítico. Podemos ter o surgimento de novas variantes. A tendência da população é de voltar a circular coletivamente sem proteção. Tenho ficado espantado com a quantidade de gente que tirou a máscara e não está mais tomando cuidado com distanciamento, tocando a vida normalmente. O ideal é que pudéssemos combinar muita prudência – máscara, álcool em gel e distanciamento – e a ampliação e intensificação dessa cobertura vacinal”, declarou o ex-ministro.
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