Por António Freitas de Souza.
Para um número crescente de europeus, a Europa tornou-se sinónimo de fracasso – e aos mais diversos níveis. A crise dos refugiados, da economia e da segurança, o aumento do desemprego, dos eurocépticos e dos extremismos, são tudo sinónimos de fracasso. O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, entrevistado pela agência Euronews, não descobre onde é que a União Europeia ainda pode valer a pena – o problema é que todas as alternativas são piores.
“Encontramo-nos num estado lamentável no interior da União Europeia. Há forças centrífugas que ganham eleições, referendos… Aqueles que me dizem que é preciso acabar com a Europa tal qual ela é e “renacionalizar” brincam com a segurança e o futuro de toda uma geração”, disse.
Neste quadro, o político alemão considera haver uma forte possibilidade de os britânicos saírem mesmo do União: “As sondagens dizem-nos que as duas campanhas estão taco a taco. Espero que isso não aconteça, mas não está excluído. A saída do Reino Unido da União Europeia será um desastre tanto para a União Europeia, como para o Reino Unido.
Mas Schulz deixa um aviso: “Nós negociámos com o Reino Unido um pacote que vai ser agora votado. Portanto, a mensagem de alguns de que é preciso votar não para conseguir um “better deal”, um acordo melhor, não é verdade. O acordo já existe. Cabe aos britânicos dizer sim ou não”. O que, por outras palavras, quer dizer que a União Europeia não está aberta a ceder mais terreno aos britânicos.
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