O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores, defende que o Brasil não tome lado na escalada de conflitos entre Estados Unidos e Irã.
“Temos parcerias comerciais com países fortes aliados de ambos os lados, como Rússia, China e países árabes [ao lado do Irã]. Inglaterra, Israel e Austrália [ao lado dos EUA) e por aí vai…”, disse o senador ao Congresso em Foco.
Em comunicado divulgado na sexta-feira (3), o Ministério das Relações Exteriores não comentou a morte do líder iraniano, mas declarou apoiar os Estados Unidos “na luta contra o flagelo do terrorismo”. Posição semelhante é adotada pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
O presidente da CRE do Senado defendeu a neutralidade no conflito independente da posição tomada pelo governo federal e ressalta que o Brasil seria prejudicado pois tem parceiros comerciais dos dois lados da tensão diplomática.
“O Brasil tem que observar esse ocorrido sem ter muito envolvimento. A celeuma é entre EUA x Irã. Nós não devemos tomar partido de quem quer que seja [porque] pode acabar sobrando para a gente. Temos interesses comerciais consolidados com países aliados dos dois lados e qualquer posição nossa não vai interferir em nada, na minha avaliação”, afirmou.
Entenda o conflito
Os Estados Unidos confirmaram na sexta-feira (3) a autoria do ataque que matou o chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Qassem Solemani, na última quinta-feira (2), o preço do petróleo subiu, manifestações tomaram conta das ruas do Irã e a tensão mundial cresceu.
O presidente iraniano, Hassan Rouhani, afirmou que irá resistir aos Estados Unidos e prometeu vingança.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores não comentou a morte do líder iraniano, mas declarou apoiar os Estados Unidos “na luta contra o flagelo do terrorismo”.
A pasta comandada por Ernesto Araújo também afirmou ser necessário evitar confrontos internacionais: “o Brasil está igualmente pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento”.