As últimas revelações do ex- agente dos serviços secretos dos EUA, Edward Snowden, divulgadas pela revista alemã Der Spiegel e pelo diário britânico The Guardian, confirmaram que a república norte-americana, atuando como um estado policial, configura uma perigosa ameaça para a Humanidade.
Documentos enviados por Snowden àqueles media esclarecem que a National Security Agency-NSA instalou nos últimos três anos microfones na sede da ONU e em serviços estratégicos da União Europeia, intervinha dos correio eletrónicos de aliados europeus dos EUA e decifrava documentos sigilosos cifrados de diferentes países.
Segundo o Guardian, as atividades de espionagem envolveram as embaixadas em Washington de 38 países, entre os quais a França, a Espanha, o Japão e a Grécia. Serviços da própria NATO estão a ser espiados.
Incomodados pelas comprometoras informações de Snowden, governantes da Alemanha e da França pediram «esclarecimentos» a Washington e o presidente da União Europeia manifestou «preocupação». O presidente do Parlamento Europeu qualificou o caso de «escândalo gigantesco» e admitiu que, a confirmar-se a autenticidade das revelações de Der Spiegel, elas teriam «um grave impacto nas relações entre a União Europeia e os EUA.
A Apple, a Microsoft e a Facebook reconheceram já que têm colaborado estreitamente com a NSA, facilitando-lhe o acesso a dados pessoais de destacadas personalidades, desde contas bancarias a correspondência eletrónica.
Seria uma ingenuidade acreditar que os tímidos protestos da União Europeia e de governos aliados dos EUA podem vir a afetar as suas relações com Washington. São iniciativas de fachada hipócritas porque estão todos envolvidos numa rede de cumplicidades com a estratégia imperial da Casa Branca.
Para a Humanidade é transparente que os EUA se comportam como um monstruoso estado policial que faz da espionagem aos próprios aliados instrumento da sua política de dominação planetária.
Os microfones colocados na ONU, na UE e em embaixadas de dezenas de países são afinal complemento da estratégia de terrorismo de estado de que são exemplo as agressões aos povos do Iraque e do Afeganistão, os bombardeamentos da Somália e do Iémen e a criação de um exército permanente dos EUA em Africa.
Entretanto, o presidente dos EUA, que promulgou a lei que permite a prisão sem culpa formada de quaisquer cidadãos «suspeitos de contactos com terroristas», o laureado com o Nobel da Paz que seleciona pessoalmente em listas da CIA os nomes de «inimigos» a serem assassinados pelos misseis dos aviões sem piloto insiste, farisaicamente, em se apresentar como um paladino da liberdade, da democracia, da concórdia entre os povos.
Mas não pode apagar a realidade: os EUA, desmascarados, surgem hoje perante a Humanidade como um estado policial monstruoso.
Fonte: Diário.info