Washington, 27 ago (Prensa Latina) O presidente Barack Obama prepara um ataque aéreo de limitada duração contra a Síria e ordenou difundir hoje um suposto comunicado de inteligência para justificar essa agressão militar perante a opinião pública estadunidense.
Washington culpa o governo de Damasco pelo uso de armas químicas, mas o presidente Bashar Al-Assad desmentiu todas as acusações e as considerou uma falácia do Ocidente e como um insulto ao bom senso.
Segundo meios noticiosos como The Washington Post e as redes NBC e CBS News, os Estados Unidos buscam uma fórmula para atacar esse país árabe e, ao mesmo tempo, não se envolver ainda mais no conflito em torno dessa nação que já se prolonga por dois anos.
A ação bélica poderia ser dentro de três dias e seria executada através de mísseis de cruzeiro ou de bombardeio de longo alcance. Obama tem realizado consultas sobre seus passos com aliados europeus, membros do Congresso e advogados, detalhou o Post.
Nesta segunda-feira, o secretário de Estado, John Kerry, sugeriu que os Estados Unidos poderiam prescindir das evidências que os peritos da ONU procuram em território sírio. As provas das Nações Unidas são importantes, mas não necessárias para nós, alegou Kerry.
O governo sírio e a Rússia asseguram que os grupos armadas opostas à Assad são os responsáveis pelo uso de gases letais contra civis no subúrbio de Damasco, no dia 21 de agosto.
Obama ordenou ao diretor nacional de Inteligência, James Clapper, que entregasse a repórteres um relatório recém-desclassificado que, segundo Washington, justificaria a planificada intervenção militar do Pentágono no território levantino.
Quatro navios de guerra estadunidenses e um submarino britânico estão em posição no leste do Mediterrâneo. Conforme fontes do Departamento de Defesa, o bombardeio começaria de madrugada dentro dos próximos três dias.
Há uma semana, Obama se comunicou por telefone com o premiê australiano, Kevin Rudd, e com o presidente francês, Francois Hollande, entre outras conversas com dirigentes políticos vinculados à Organização do Tratado do Atlântico Norte.
O ministro russo do exterior, Serguei Lavrov, advertiu que uma ação hostil dos Estados Unidos contra Damasco sem a aprovação do Conselho de Segurança das Nações Unidas seria uma “muito grave violação à lei internacional”.
Na opinião de David Miller, conselheiro sobre o Oriente Médio para seis secretários de Estado, o presidente democrata utilizará esta manobra militar para reanimar sua desgastada popularidade frente à opinião pública nacional.
Outro elemento que a Casa Branca avalia é transmitir uma advertência para que o Irã calcule o que pode acontecer se falharem as negociações sobre o tema nuclear, apontou Miller, catedrático do influente tanque pensante Woodrow Wilson International.